JOÃO FIRMINO CABRAL
(1940 – 2013)
João Firmino Cabral (Itabaiana, 1 de janeiro de 1940 — 1º de fevereiro de 2013) é um cordelista sergipano.
João Firmino Cabral nasceu em 1° de janeiro de 1940, em Itabaiana, Sergipe. Filho de Pedro Firmino Cabral (cantador de feira e embolador) e Cecília da Conceição (roceira). Agricultor desde menino, começou já na juventude a demonstrar interesse pelas letras: comprava então folhetos de Literatura de Cordel, que usava como cartilha, pois com eles aprendeu a ler. Aos 17 anos, com o auxílio do seu mestre, o poeta Manoel D'Almeida Filho, descobriu sua vocação poética e escreveu seu primeiro folheto, uma Profecia do Padre Cícero. Daí por diante, não lhe faltou mais inspiração e todas as obras de sua autoria são bem aceitas pelo povo.Em Aracaju, viveu exclusivamente da Literatura de Cordel, mantendo a única banca fixa de folhetos cordelianos de Sergipe, localizada na Passarela das Flores do Mercado Antônio Franco, onde frequentemente recebia com carinho poetas sergipanos e de outros Estados, como também estudantes, professores, pesquisadores e turistas do Brasil e do mundo. Escreveu diversos folhetos educativos a pedido de escolas e entidades públicas e privadas. Proferiu palestras em diversas instituições de ensino. Em 2002, foi agraciado com a medalha do Mérito Cultural Serigy, concedida pela Prefeitura Municipal de Aracaju. Em 2003, foi escolhido como patrono da 1ª Cordelteca do Brasil, que funciona na Biblioteca Pública Municipal Clodomir Silva, em Aracaju.Em 2008 tomou posse na ABLC, na cadeira 36, patronímica de Expedito Sebastião da Silva. O poeta João Firmino morreu em decorrência de problemas causados por leucemia, em 1 de fevereiro de 2013, em Aracaju.
Fonte da biografia: wikipedia
BRASA VIVA
Deus é a fonte divina
De poder e de bondade
Fez tudo que a terra cria
Com sua força e vontade
Criou o homem e cedeu-lhe
O fruto da liberdade.
Porém o homem na terra
A tudo quer dominar
Escravizando o seu próximo
Só pensa em multiplicar
O esforço do pequeno
Faz o grande prosperar.
A prova disso se viu
No tempo da escravidão.
Quando o infeliz cativo
Sofria a humilhação
Trabalhando como burro
Para enricar o patrão.
(...)
Porque a lei do barão
Era cruel e tirana
Se um escravo reclamasse
Aquela lei desumana
Era amarrado e passava
Apanhando uma semana.
(...)
Porque se qualquer escravo
Contra mim se revoltar
Eu mando tirar-lhe o couro
Depois disso o arrastar
Quero ver o tal Jesus
Das minhas mãos o salvar.
(De Escravidão- Revolta de um escravo (1978)
Página publicada em janeiro de 2020
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