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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CLODOALDO DE ALENCAR

 

Clodoaldo de Alencar,  advogado provisionado, jornalista, cronista e poeta, nasceu no Quixadá, Ceará, em 2 de agosto de 1903, sendo seus pais Cláudio Gomes e Maria Gomes de Alencar. Era cearense por nascimento, e sergipano por adoção.

É descendente direto do escritor José de Alencar, e do Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco. A propósito deste último parente, relata seu filho, Clodoaldo de Alencar Filho: “Quando o Presidente Castelo Branco visitou Sergipe, o Deputado Federal José Carlos Teixeira levou meu pai ao Palácio Olímpio Campos. Ele conversou com o Presidente e voltou feliz para casa porque teve a oportunidade e relembrar as coisas de sua infância no Ceará...”

Clodoaldo de Alencar chegou em Sergipe pelas mãos do Presidente Gracho Cardoso e se estabeleceu em Estância, onde contraiu matrimônio com Eurydice Fontes, filha do Dr. Jessé Fontes,  médico radicado naquela cidade.

Colaborou em jornais de Aracaju (“Correio de Aracaju”, “Sergipe Jornal”) e de Estância (“A Estância”, “A Voz do Povo”, “A Razão”) e pertenceu à Academia Sergipana de Letras, onde ocupou a cadeira número 34 que tem como Patrono Manuel Ladislau de Aranha Dantas. Suas principais obras são “Archotes”, “Orós” e “Os Mais Belos Troféus de Herida”.

Clodoaldo de Alencar faleceu em 9 de agosto de 1977, aos 74 anos de idade.

Uma praça de Aracaju, no bairro do Grageru, tem o nome de Clodoaldo de Alencar. Uma Escola Estadual, situada no bairro Cidade Nova, tem o mesmo nome.

Fonte da biografia:  http://bainosilustres.blogspot.com/

 

 

 

 ÊXTASE:

 

“Olhas-me, assim, tão dentro da retina,

com tanto afeto, com meiguice tanta

que o próprio coração se me quebranta

e a alma se eleva à placidez divina.

 

Que torpor indizível nos domina!

Quanta doçura nos teus olhos! Quanta!

As palavras sucumbem, na garganta,

Como gorjeios de aves em surdina...

 

O próprio vento, muito de mansinho,

para não perturbar nossa quietude,

oscula-te o cabelo em desalinho...

 

Sinto, então, meu amor, em tais instantes,

Que o mundo é belo em toda a plenitude,

no milagre dos olhos dos amantes!”

 

                         Do livro Orós, 1961 

 

 

 

 

       O VARREDOR DE RUA

A Hora morta da noite, à hora calada,
quando a cidade dorme, ei-lo varrendo
a rua, que se alonga, abandonada,
como uma enorme cobra se estendendo...

 
Varre, e, a cada morosa vassourada,
respira a poeira: tosse; e, assim sofrendo,
à proporção que lima a rua, nada
no pó do lixo e, aos poucos, vai morrendo.

Quando, às vezes, o encontro no trabalho,
limpando a via pública, tossindo,
morrendo assim para viver, presumo

que um homem vale tanto quanto valho,
— porque eu, que varro da alma um sonho findo,
na sua própria poeira me consumos...

De Archotes, 1933.

 

 

 

O DESTINO DOS CARDOS

A bateia do sol cessa o cascalho do ouro,
no afã paradoxal de empobrecer a terra.
A cobra para, a ave se assusta, o gado berra,
em face da exaustão do último bebedouro.

 

 Tristonhos, braços no alto, à orla incolor da serra,
— soldados naturais da guarda de um tesouro —
velhos mandacarus como que fazem coro
ao suplicar a paz, destroçados na guerra.

 

Ao lado, a estrada-real, que se perde à distância,
desenrola o novelo infindável da leva
de sertanejos massacrados desde a infância...

Mas, os mandacarus, que são mais infelizes,
vão cumprindo — (que horror!) — que na luz, quer na treva,
a pena de prisão através das raízes...

 

                                               Do livro Orós, 1961 

 

 

 

Página publicada em janeiro de 2020


 

 

 
 
 
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