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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

CLEÔMENES CAMPOS

 

(Sergipe, 1895 – São Paulo, 1968).

 

Poeta e teatrólogo.

 

Cleômenes Campos de Oliveira, nasceu em 10 de agosto de 1895, na cidade de Maroim, Sergipe.
Estudou as primeiras letras em seu estado natal, indo depois para a Bahia, onde freqüentou o Ginásio São José.

Recebeu dois prêmios da Academia Brasileira de Letras: em 1923, pelo livro "Coração Encantado" e com a obra "De Mãos Postas" , em 1934.  Fez parte da Academia Paulista de Letras e da Academia Sergipana de Letras, da qual foi um dos fundadores.  }
Faleceu em São Paulo, em 30 de abril de 1968. No bairro Jardim Tereza, na capital paulista, há uma escola que leva seu nome. Fez parte da Academia Paulista de Letras e da Academia Sergipana de Letras, da qual foi um dos fundadores. 

 

 

 

 

OS SONETOS. AntologiaSão Paulo:  LR Editores, Banco Lar Chase, 1982.  237 p.   }
22 x 28 cm. Capa e ilustrações de Percy Deane.   Encadernado. Edição Especial Banco
Lar  CHASE.    Ex. bibl. Antonio
Miranda  

 

 

 

 

COR CORDIUM

 

 

Quando eu morrer, procura uma árvore florida
e cava-lhe no tronco, amada, o meu caixão:
quero que aí repouse o meu corpo sem vida,
longe do humano olhar, dentro da solidão.

 

Cante-me o requiem triste a voz da água perdida...

Reze por mim o vento a su'alta oração...

E seja-me o silêncio a lápide escolhida:

— que vale neste mundo a maior inscrição?

 

E, um dia, quando tu, minha doce Querida,
fores ver-me (talvez o tronco esteja são),
para que aches, sem custo, a árvore preferida,

 

farei cair da altura um fruto em tua mão,
fruto que, ao te roçar a palma comovida, i
rá tomando a forma e a cor de um coração...

 

 

 

 

A MULHER NA POESIA DO BRASIL. Coletânea organizada por Da Costa Santos.  Belo Horizonte, MG: Edições “Mantiqueira”, 1948. 
291 p.  14x18 cm.  Capa de Delfino Filho. 
Ex. bibl. Antonio Miranda


“NESSUM MAGGIOR DOLORE”
 

Vais partir para longe! ah! para longe! e penso
que, talvez, para sempre! o teu olhar m´o diz,
—Adeus! meu coração, que agito como um lenço,
é o coração mais infeliz...

Adeus! esta hora dói como o da morte... e o pranto,
que dos meus olhos cai, confirma-o, como vês.
Adeus! nunca pensei te amasse tanto, tanto...
tanto, querida, que nem crês...

Ah! nunca mais terei, cantando-me na boca,
um sorriso que venha assim do coração...
adeus! sem tem amor, toda a ventura é pouca,
tudo, no mundo, tudo é vão...

E não ter a certeza, ao menos, de que sigo
nos teus olhos, em luz, como ficas nos meus...
invejo a tua sombra: Ela parte contigo...
ai! que saudade! adeus! adeus!

Vais partir para longe! ah! para longe! e penso
que, talvez, para sempre! o teu olhar m´o diz.
—Adeus! meu coração, que agito como um lenço,
é o coração mais infeliz...

 

*

 

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Página publicada em agosto de 2021

 

Página publicada em setembro de 2020


 

 

 
 
 
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