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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


CLEBERTON SANTOS

 

 

         Nasceu em Propriá, Sergipe, em 1979. Poeta, crítico literário e mestre em Literatura e Diversidade Cultural pela Universidade Estadual de Feira de Santana. Publicou Ópera urbana (2000) e Lucidez silenciosa (2005). Vencedor do Prêmio Escritor Universitário Alceu Amoroso Lima, da Academia Brasileira de Letras (2002).

 

 

SANTOS, Cleberton.   Lucidez silenciosa.  Salvador: EPP Publicações e Publicidade, 2005.  102 p. 16x19,5 cm.   ilus. Apresentação de José Inácio Vieira de Melo.   “ Cleberton Santos “ Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 


MINOTAURO

Na casa de Asterion
mitos e belas donzelas tramam
contra o Amor.

Esfaqueado, Teseu perambula entre
as muralhas,
inutilmente lúcido.

 

 

POEMA AUSENTE

 

Há uma ausência de ritmos

em cada passo desta tarde.

 

Outonais, devorando meu olhar,

nuvens marcham dissonante harmonia.

Uma lembrança infinda, flor imemorável,

acalenta soluços que desmaiam na taça de vinho.

 

Há uma ausência de passos

nesta tarde

longa tarde sem ritmos.

 

                                      Lucidez silenciosa (2005)

 

CANTO DE ALBA

 

Depois que partiste para Espanha

tudo é vaguidão sonolência

meu vergel um sepulcro de aromas.

 

Na lassidão dessas horas

meus pássaros cantores da alvorada

agora tristes quietos

emudeceram na varanda.

 

                                          Ibidem

 


COMPOSIÇÃO PARA FLAUTA

Não me peçam outro poema
feito de mitos e saudades.

Não conheço o motivo dos mistérios.

Faço versos com retalhos de vida
e fios de cabelos que apascento nos dedos.

 

 

CANÇÃO DAS PROSTITUTAS

 

                                                  Cansadas de sofrer, as dolorosas

                                      se embriagam de sonho, amando as rosas

                                          e amando os lírios em ideais noivados.

                                                                  Sosígenes Costa

 

Estilhaços de azul emolduram o poente.

As prostitutas de Sosígenes, encantadoras serpentes,

silenciam no cais dores ausentes.

 

Vestidos vermelhos amarelados,

em ton furtivos de saudades,

bailam com seus fantasmas na brisa

 

(volúpia sonora do orgasmo marítimo)

 

desta tarde longínqua

reverberada em sonetos

 

náufragos.

 

 

                                      Ibidem

AMOR

 

O vestido preto

está dançando na esquina.

O amor é uma festa

mesmo em dia de luto.

 

                                      Ibidem

 

Página publicada em dezembro de 2009


 

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