Foto e biografia: https://www.olhovivoca.com.br/
THEREZA SALGADO LOOTENS Y GIL
(Pedagoga, Poeta, Pianista, Artista Plástica)
reside atualmente em Volta Redonda, RJ.
(11.3.1939 – 30.10.2019)
Thereza Salgado Lootens y Gil nasceu na cidade de São Paulo, onde seus pais se refugiavam da ditadura de Getúlio Vargas (seu pai, um eterno democrata). Era o ano de 1939, dia 11 de março. Aos cinco meses voltaram ao Rio de Janeiro, onde residiu até os 8 anos, tendo então vindo para Vargem Alegre, onde os efeitos da Segunda Guerra Mundial não se faziam sentir tão gravemente, principalmente no que diz respeito a alimentos frescos e ausência de controle das quantidades adquiridas pelas famílias. Nessa Vila fez o que faltava para o término do então curso primário no grupo escolar. Fez-se necessário viajar diariamente nos antigos trens de passageiros da Central do Brasil, para completar o ginasial e o curso normal, que não tinham escolas em Vargem Alegre.
IV COLETÂNEA SÉCULO XXI – 2013. Homenagem à Maior Poeta viva: Olga Savary. Jean Carlos Gomes (organizador). Volta Redonda, RJ: Gráfica Drumond, 2013. 100 p. ISBN 978-85-63913-05-0 Ex. bibl. Antonio Miranda
O ÁLBUM DE RETRATOS
Olho um retrato,
outro e mais outro.
Alguns me fazem rir,
até mesmo gargalhar.
As páginas passeiam
nas minhas mãos enrugadas.
Há vezes em que tremem.
As emoções vagueiam na mente.
Onde foi isto? Quando?
Quem mais estava presente?
A saudade de quem se foi,
a gratidão, o perdão ou a mágoa.
E os sentimentos que emanam
deste momento de recordações,
retratam, com exata perfeição,
a minha verdadeira face.
PINTANDO
Toma-se a tela. Já se sabe o que será firmado. Será sonho realizado. Olha-se a base quase branca, onde o carvão marcará imagens, em verdadeira intuição poética.
E, então, novas escolhas: cores, tons, matizes, intensidade. Onde luzes se mesclarão com sombras. Onde luzes se destacarão das sombras. Uma arte de ver sem olhar. Arte de contrastar.
Vêm os pincéis, amigos fiéis:
chatos redondos, ovais chatos ou filetes;
longos, curtos, de cerda ou de pelo.
Neles vai o efeito do depois.
Neles já vai um apelo.
Mal se inicia, o trabalho chama,
impele, compele, para o resultado final.
Mas haja calma, a arte reclama;
aqui maior intensidade clama
ali um retoque, um traço, um acerto.
Na alma do artista
nasce a necessidade inadiável
da beleza e da certeza,
em verdadeiro caldal,
verdadeira correnteza.
Há uma tela com a qual se sonha,
mas, por respeito, o desenho a ela pertence.
Não será o seu que se realiza,
o carvão deve ser leve, embora seguro.
Aquela tela é viva. Viva!
Aquela tela é teu filho.
GOMES, Jean Carlos. Canto a minha cidade. Volta Redonda – RJ. Jean Carlos & Amigos. (Pedro Viana Filho; José Huguenin; Lourildo Costa; Luciano Baptista Domingos; Márcio Castilho; Mari-Lei Nobre Ferro e Silva; Rafael Clodomiro; Renata Orlandi; Thereza Salgado Lootens y Gil; Alzira Ramos da Silva; Vicente Melo; Roberto Guião de Souza Lima. Prólogo por Alexei Bueno. Barra Mansa, RJ: Gráfica Drumond, 2020. 69 p. 15 x 21 Ex. bibl. Antonio Miranda
VOLTA REDONDA
Desci correndo a serra
entre galhos, flores e pedras.
Paisagens passavam pela minha admiração.
Indígena me chamaram Paraíba.
Gostei do nome.
Lá embaixo vi vilas,
vi cidades, ouvi seus nomes.
Os que chegavam, gostaram do meu.
E assim fiquei Paraíba
Olhando, olhando, admirando.
Passaram-se dias, meses, anos.
Ainda sou eu. Mais velho, mais cansado.
De tudo que vi,
agora eu quero contar:
nada se compara a "ela".
Ela tão linda: café, gado, frutas.
Depois indústrias, comércio
E muita gente chegando
e se encantando.
Ela, faceira, mas ativa;
Dengosa, mas firme,
Aceitando o carinho e a luta.
E fiz uma curva bem grande!
(mais espaço para eu observar)
E nos apaixonamos,
Nos aliamos, nos entrelaçamos,
Nos unimos para sempre.
A minha volta ofereci como nome,
E ela é VOLTA REDONDA.
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http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/sao_paulo/sao_paulo.html
Página publicada em julho de 2020;
Página publicada em dezembro de 2020
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