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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

SUSANNA BUSATO

 

Susanna Busato, autora do livro Corpos em cena, é uma gaivota paulistana. Filha dos anos 60, meio hippie nos anos 80, virou professora universitária nos anos 90 com a poesia na rota da vida. Durante os voos virou Mestre em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) e  Doutora em Letras (UNESP/São José do Rio Preto), onde fincou o bico como professora de Poesia Brasileira, e onde tem um grupo de estudos de poesia, o GEP/CNPq. Hoje se dedica a devorar nos lírios as serpentes que habitam seu corpo. Por isso traça roteiros pra tudo. Viaja dormindo, sonha acordada e realiza os desejos em voo rasante. Deixou seus rastros e pensamentos em várias revistas literárias e acadêmicas. Num dos voos, ganhou o Prêmio Mapa Cultural Paulista na fase estadual, Categoria Poesia, em 2010. O livro Corpos em cena integra a Coleção Patuscada, premiada com o ProAC - Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. O livro Corpos em cena foi finalista do Prêmio Jabuti 2014.

 

BUSATO, SusannaCorpos em cena.  São Paulo: Editora Patuá, 2013.  96 p. (Coleção Patuscada, 3)   14X21 cm.  Editor: Eduardo Lacerda.  Projeto gráfico e capa: Leonardo Mathias.  Tiragem: 1500 exs. ISBN 978-85-8297-011-9    Ex. bibl.part. Antonio Miranda

 

“Não se trata de falar do corpo, mas (o que é bem diferente e naus difícil) com o corpo.” AMÁLIA PINHEIRO

 

        pele nua

 

Porque a tua
mão segura
ruptura de pele
e agulha
patrulha e segue
a minha insondável
nervura.

E porque nunca
antes tocada
a pele segura
se rasga
se rasga
no paraíso e grava
língua sede e saga.

 

ondas

ondas
rondam agora
a sua
exata
figura

revolvem
do centro
encontram
a sua minha
escultura

corpo de pele e conchas
corpo de febre em ondas

revolvem
no centro
encontram
a minha sua
loucura

        

       Ave aprendiz

 

Escondidas nas pernas
minhas perdas:
suas penas
de ave aprendiz.
Voam baixo
sob os últimos raios
do nosso eterno
olhar cicatriz.
Voam rentes agora e sempre
as penas à pele a sentir
e como presas se rendem
e entre as pernas se perdem
e cantam um não existir.

 

 

Página publicada em janeiro de 2017



 
 
 
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