POESIA ROMÂNTICA
SÉRVULO GONÇALVES
Sérvulo Gonçalves, foi um grande propulsor das letras Lorenenses, nascido aos 23 de Dezembro de 1856 e faleceu a 1 de março de 1923. Ao oito anos de idade vivia em Taubaté em um pequeno externato. Em 1897, fundou o Semanário “A Juventude”, e mais tarde a ” Imprensa de Taubaté”, por desavenças políticas, perdeu o apoio dos colegas e parentes Taubateanos dendo que se mudar para Resende-RJ. Em Resende foi mestre-escola e agricultor, continuando a batalhar na defesa dos escravos, foi subdelegado, onde agregou partidos políticos em desavença, em 1889 era eleito Intendente da Câmara Municipal de Resende. Voltou para Lorena, sua terra natal, em 1904, onde foi nomeado Escrivão de Paz e Oficial do Registro Civil. A Prefeitura Municipal de Lorena, quando no Governo do Prof. Luis de Castro Pinto, em 1942, ao reorganizar a Biblioteca Pública, há anos desaparecida, deu-lhe Sérvulo Gonçalves, como Patrono. Prosador e poeta de mérito, esse ilustre Lorenense colaborou em todos os jornais da terra e em muitos outros municípios, tornando-se conhecido em todo o Vale do Paraíba. Suas poesias, hora românticas, por vezes crítico e mordaz. Fonte: http://www.lorena.sp.gov.br/wordpress/index.php/2015/08/05/servulo-goncalves/
ALMANACH LITERARIO DE SÃO PAULO PARA 1877 publicado por José Maria Lisboa. São Paulo: Typographia da “Provindia”, 1876. p. 160
(ortografia original, de época)
Os risos das virgens
Os risos puros das gentis donzellas
São nuvens d´ouro no celeste azul,
São meigas flores exhalando aromas,
São primavéras dos rosaes do sul.
Os risos brandos das mimosas virgens
São hymnos ternos de infinito amor,
São ondas puras de harmonia infinda!
—Astros brilhantes de sideral fulgor!
Os risos castos das gentis donzellas
São os perfumes dos jardis de Deos,
São sombras vagas de um prazer immenso,
Prazer immenso que demanda os céos!
Os risos ternos das mimosas virgens
São sons ethereos de uma lyra, oh sim!
São alvoradas de alegria extrema,
São castos beijos de um gosar sem fim.
***
Donzella meiga, seductora e bella,
Rosa nascida do meu doce encanto,
Fada mimosa, delicada Nympha,
Dá termo às ondas do tristonho pranto.
Sécca dos olhos essas doces lagrimas,
Basta de prantos!... Para que carpir?...
Eu quero vêl-a em amoroso abraço,
Cheia de gloria com prazer sorri!
Taubaté, 1976
Página publicada em dezembro de 2015.
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