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Imagem: https://thestickyfacts.com/prisciliana-duarte-de-almeida-facts/

 

PRESCILIANA DUARTE DE ALMEIDA

 

Presciliana Duarte de Almeida (Pouso Alegre, 3 de junho de 1867 - Santos, 13 de junho de 1944) foi uma poetisa e feminista brasileira.

Filha do Coronel Joaquim Roberto Duarte e de Rita de Almeida Duarte. Sobrinha bisneta do poeta da Inconfidência Mineira Alvarenga Peixoto e bisneta da poetisa Bárbara Heliodora. Foi casada com o primo poeta, cronista e filólogo brasileiro Sílvio Tibiriçá de Almeida. Teve 3 filhos: Leandro, Tales e Bolivar, o último morreu ainda nos primeiros meses de vida. Ficou viúva em 1924. Presciliana escreveu muitos livros de poesias e prosas além de colaborar em diversos jornais e revistas, também usou o pseudônimo de Perpétua Do Valle. Foi a primeira mulher a integrar o grupo de letrados da Academia Paulista de Letras juntamente com seu esposo. A Academia foi fundada em 27 de novembro de 1909, ocupou a cadeira nº8 e escolheu como patrona sua bisavó, a poetisa Bárbara Heliodora.

Livros de Poesias:

Rumorejos (1890) - Prefaciado por Adelina Lopes Vieira

Sombras (1906) - Prefaciado pelo Conde Afonso Celso de Assis Figueiredo Júnior e com críticas da portuguesa Maria Amália Vaz de Carvalho

Vetiver: poesias de vários tempos (1939)

Antologia Poética (1976) - Obras Póstumas

 

Biografia completa em: wikipedia.

 

 

A MENSAGEIRA – Revista literária dedicada à mulher brasileira. VOLUME II.  São Paulo. SP: Imprensa Oficial do Estaddo S.A. IMESP.   Edição fac-similar.  246 p.    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Valsando

(Ao Bolívar)

 

A quanto tempo só comtigo valso,
Feiticeiro parzinho enamorado!
Não tens o brilho de um sorriso falso:
Paz, innocencia, amor... tudo a teu lado!

Valso comtigo e ao mesmo tempo canto.
Sou a musica e o par, ès o perfume!
Incomparável e festivo encanto
Desse baile que tem o teu olhar por lume!

E refulgem teus olhos satisfeitos

A cada giro do valsar antigo...

Sei que não sabes ver os meus defeitos,

Neste baile ninguém competirá commigo!

E assim a qualquer hora ou da noite ou do dia
Tem o mesmo fulgor a tua figurinha!
Ah! E contigo a valsar, minh' alma se inebria:
Como que alegre vôa e para o céu caminha!

 

Presciliana Duarte de Almeida

24 de Julho de 1898

 

 

 

Sobre um tumulo

 

Ai! tão longe de mim dormes agora!
Não mais te posso á noite acalentar,
Como fazia, meu filhinho, outr'ora.


Tenho vontade de rasgar a terra

E de aquecer-te e de cerrar-te ao seio

Que o mais profundo desespero encerra.


E de joelhos por sobre a terra fria,
Sem te ver, sem te ouvir, sem te beijar,
Creio trazer-te uns laivos de alegria . ..


Quem sabe si extremeces no teu leito,
Pressentindo o ruído de meus passos
Adivinhando as anciãs de meu peito?

Outro dia, ao sahir do cemitério,
Os teus bracinhos via a me acenar
Numa onda de luz e de mysterio . . .


E fiquei-me chorando junto á grade,
Como si fôra ingratidão tremenda
Deixar-te nesta enorme soledade!


Deixar-te?...   Mas também aqui não fica
Minh'alma agoniada, inteira em dor,
Minh'alma que a tristeza santifica?


De ti nunca se váe meu pensamento!
Das bordas do sepulchro teu, si foge,
Procura-te na luz do firmamento . . .


Procura-te nas sombras do passado
E te revê formoso, andando, a rir,
Antes do dia negro e malfadado.. .


E muita vez, ó desgarrado lyrio,

Ao afíagar os teus irmãos ditosos,

E's tu que affago e beijo com delirio...


Mas de todos os quadros da lembrança
O que mais faz meu coração bater
E' o teu olhar de supplice confiança
Tão poucas horas antes de morrer!


         PRESCILIANA DUARTE DE ALMEIDA

Janeiro de 1899.

 

 

 

Constante

 

Si, por cancaço ou por exquisitice,
Me não quizesses mais,

Eu te daria ainda, oh! já t'o disse,
Meus suspiros finaes!

 

E, na altivez do amor sincero e casto,

    Ficaria a sorrir,
Até que o coração ferido e gasto

    Chegasse a succumbir.

 

Sei que o pezar nos mata lentamente,
Para provar que a dôr

Tem constância profunda, equivalente
A' grandeza do amor!

 

E ficaria impávida e tranquilla,

    Olhando com desdém
A volubilidade que anniquila

    As almas para o bem!

 

E depois, pezarosa morreria

    Por te ver a chorar,
Que os volúveis não podem alegria

    Nem luz na vida achar.

 

O que nos liga a idéa do passado

     Ao sonho do porvir,
E' o vasto mundo, occulto, constellado,

    Que se chama sentir.

 

E, si não tosse o livro da saudade,

    Onde fica immortal
O poema da nossa mocidade,

    Poema sem egual,

 

Que seria dos trémulos velhinhos

    Que a própria solidão
Doiram, lembrando os tépidos carinhos

    Do velho coração?

 

Ai! não bastara um dia passageiro

    Para de amor falar!
Que até o nosso instante derradeiro

    Vivemos para amar!

 

 

SOMBRAS

 

 

Sombras das ramas verdes e floridas,
Sombras das ave a voar cantando,
Sombras pelas aragens sacudidas,
Sombras de criancinhas tacteando,
Que sois de tantas vidas luminosas?
Que sois? — Vagas imagens tenebrosas!

 

       Assim como sombras incolores,

Meus versos vão correndo mundo em fora
Sem reflectir a luz de meus amores,
Sem o brilho das lágrimas que chora
meu doido coração, enluarado.
Pela saudosa luz do meu passado!

Que sois, meus pobres versos forasteiros?
— Sombras daqueles que adorei na vida...
Como as sombras também sois passageiros!
Em que memoria encontrareis guarida?
Os que me adoram morrerão conmigo,
E olvidada serei no meu jazigo...

 

 

 A SUBIR...  A SUBIR... 

Pombas de azas abertas e alvejantes,
Andorinhas chegadas do além – mar,
Minh´alma nos seus sonhos adejantes,
Sabe mais do vós, voar... voar...

Como o condor que sobe e toca os Andes,
Levantando o seu vôo encantador,
Minh´alma sonha mundos lindos, grandes,
Iluminados todos pelo amor!

              (Pouso Alegre, Minas  4-Julho-1890)

 

TEXT EN FRANÇAIS

PUJOL, Hypolyte.  Anthologie Poètes Brésiliens. Preface de M. de Oliveira Lima.      S. Paulo: 1912.  223 p.   
Ex. biblioteca de Antonio Miranda

 

 LE BAIN

Son enfant adoré, si grssouillet, si beau,
Etait mort dans ses bras!... O spectacle indicible!
De ses cris déchirants la pauvre mère a beau
Implorer du Seigneur un miracle impossible:

Froid, inerte, l´enfant n´appartient plus qu´aux cieux!
Sainte ingénuite de l´âme maternelle:
Craignant pour lui le froid, son amour soucieux
Cherche à le bien couvrir d´une claude flanelle,

Le pressant sur son Coeur, le couvrant de baisers…
Mais… il est temps…  on viente… O mère infortunée!
On vient pour arracher de ses bras bien serrés
Le pauvre petit ange…
Et la mère affolée

Lutte en vain contre ceux que tentent lui ravir
Son enfant, son amor e l´âme de son âme…
De ses mains, elle ventl le baigner, le vêtir…
Trste et dernier devoir que la mort lui réclame!

Arrive l´instant de la funèbre ablution…
La mère a déposé dans l´etroite baignoire
Ce corps qu´elle contemple en longue adoration,
Ce petit corps sculpté sur marbre de Carrare.

Ses caresses, ses pleurs, pleurs, caresses sans fin.
Cris impuissants, hélas! De son âme plaintive
Semblant  vouloir encor conjurer le Destin...
D´um bonheur que n´est  plus vision fugitive!...

Laquelle de nous deux pleurera dans ses veilles
Plus de regrets?...
Toi, l´`a, de climats en climats,
En pays étrangers, rencontrant sous tes pas
De l´art et du progres mille et mille merveilles?

Ou moi, dans ce recoin de beautés sans pareilles,
Témoin d´une amitié  que nous n´oublions pas?
— Tout d´une amitié que nous n´oublions pas?
— Tout parle ici de toi: les manguiers tout là-bas,
Le taillis de bambous, nos ébats sous les treilles…

Et le petit ruisseau qui, par un beau matin,
Nous voyait toutes deux et la main dans la main,
Du vieux saule pleureur goûtant le frais ombrage,

Et notre salón bleu toujours ensoleillé,
Et la large fenêtre où le ciel étoile
Nous vit souvent pleurer des soucis du jeune âge.

 

*

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http://www.antoniomiranda.com.br/poesie_bresilienne/poesie_brasilienne_index.html

Página publicada em março de 2024

      

 

 

Página publicada em julho de 2019


 

 

 

 
 
 
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