PAULO MOURA
Nasceu em Realeza, Paraná, em 1975. É advogado e mestre em Direito pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco da Universidade de São Paulo. Tem poemas publicados pela revista FNX da Academia de Letras da referida faculdade. É co-fundador do coletivo Vacamarela, entidade que edita o jornal de literatura contemporânea O Casulo e organiza a FLAP!
Os poemas a seguir foram extraídos da obra ANTOLOGIA VACAMARELA : português, español, english. São Paulo: Edição dos autores, 2007. ISBN 978-85-905633-2-7, lançada em novembro de 2007 durante o Tordesilhas – Festival Iberoamericano de Poesia Contemporânea, realizado pelo Centro Cultural Caixa.
TEXTOS EM PORTUGUÊS / TEXTOS EN ESPAÑOL
QUERIDA
você tem razão,
isso aqui acaba sendo
um exercício escolástico
às vezes a gente até sabe
que está errado,
mas ainda assim
vamos discutindo
pelo gosto
de discutir.
ANDRÔMEDA
os olhos ariscos tudo dizem
mas o seu luz-dizer
é sempre entrecortado
pela estridência surda
de buracos negros
Apenas silêncios, olhares
e asteróides sobrevivem
ao frio galáctico-asséptico
do não querer constatar
O som não se propaga no vácuo
----------------------------------------------------------------------------------
TEXTOS EN ESPAÑOL
Traducción: Fábio Aristimunho, Alfredo Fressia
QUERIDA
tienes razón,
esto acaba siendo
un ejercicio escolástico,
a veces uno sabe incluso
que está equivocado,
pero asimismo
vamos discutiendo
por el solo gusto
de discutir.
ANRÓMEDA
Los ojos ariscos lo dicen todo
pero su luz-decir
es siempre entrecortado
por la estridência sorda
de agujeros negros
Silencios nomás, miradas
y asteroides sobreviven
al frio galáctico-aséptico
del no querer comprobar
El sonido no se propaga en el vacuo
Página publicada em novembro de 2007
|