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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

OLNEY BORGES PINTO DE SOUZA

 

 

''Portanto, a se aceitar o aspecto atemporal desse movimento, _ é de se concluir que Olney Borges Pinto de Souza é um poeta de 45. E o é porque revivifica o soneto, porque reveste a sua dicção de um timbre grave, circunspecto, ao mesmo tempo em que privilegia a palavra como núcleo fundamental de sua praxis poética."

                                                Sérgio de Castro Pinto

 

 

SOUZA, Olney Borges PintoAnjo de luto. Sonetos.  São Paulo: João Scortecci Editor,1985?  104 p. 

 

 

O ANJO SENSUAL

 

O anjo sensual (inteligente espelho)

te lecionou teu corpo todo e logo

o desvelou das sombras que não mais

aliciam-te as curvas e a epiderme.

 

O anjo te angelizou seguindo o rito

profano da matéria estilizada

segundo os cânones da geometria

que a higidez dos sentidos amanhece.

 

Por isso sabes o apoffneo jeito

de usar os teus sorrisos e cabelos,

flutuando o sol e a brisa em tua pele.

 

E de tal modo entendes o teu corpo

que cintilas uma aula de luxúria

no contexto sensual das tuas formas.

 

 

O LENÇOL AZUL

 

Brinco teu corpo sobre este lençol

azul turquesa e então invento brisas

que te percorrem a epiderme toda

e te avivam as lâmpadas da carne.

 

Acendo estrelas sobre a espessa noite

triangular em que dormia o anjo

nostálgico do infindo céu pagão

que sobre o azul lençol te reconstruo.

 

Brinco teu corpo como se brincasse

tua melhor boneca de menina,

no instante em que a trocaste por ti mesma.

E quando esgotas todas as estreias

daquele céu, este lenço! azul

devolve o anjo à noite que se fecha.

 

SOUZA, Olney Borges Pinto de.  As Pétalas do beijo.  São Paulo: Editora Scortecci, 1998.   135 p.    14x20,5 cm. ISBN 85-7372-052-2   “ Olney Borges Pinto de Souza “  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Completo o pesadelo

 

Instala-se completo o pesadelo:

uma torre é tombada num abismo,

há flores mortas procurando cinzas

num espaço de luxo que se encolhe.

 

Tiras enormes de fatais bloqueios

ancoram barcos em feral paul.

Um cortejo profundo de suicidas

desliza sob a luz de um sol defunto.

 

Há preces mortas num caminho extinto,

e lágrimas agudas pertencendo

às tampas grossas de ataúdes perto.

 

A um perfurado céu sobem soluços.

Todos os sonhos formam desistências.

A morte acende os olhos procurando...

 

17.12.97

 

 

Panorama Agressivo

 

Panorama agressivo. Árvores bruscas

filtrando os largos fios de chuva grossa.

O velho lago da princesa morta

estorcendo-se em doido remoinho.

 

Uma fonte sutil vertendo pedras.

Um sangue vegetal escorregando

pelas figurações de amplos cavalos.

Caminhos porejando poeira e cinzas.

 

Relâmpagos torcendo o firmamento

a exibir esqueléticas fraturas.

Um rio largando adeuses pelas margens.

 

Pousando no ar a colossal notícia

de arremessos de aranhas e de feras.

No horizonte o chamado dos sepulcros.

 

10.01.98

 

 

Os Cárceres

 

Há muitos cárceres pela existência.

Cárceres negros, assim como roxos.

Mas também os das cores com que as rosas

amiúde nos afligem, ou perturbam.

 

Situações de empecilhos contra os sonhos,

movimentos agrestes de outras sombras,

culpas alheias figurando nossas,

pecados contra as formas de nós mesmos.

 

Muitas vezes as grades são feridas

numa coagulação que nunca existe.

Temores e soluços indagando.

 

E como jogar fora as enxovias?

Paralisando as obras destrutivas

com o uso das sobras da autoestima.

 

02.02.98

 

 

 

SOUZA, Olney Borges Pinto de.  Clave de lua.  São Paulo: Editora Scortecci, 2001.  104 p. 14x20,5 cm.  “ Olney Borges Pinto de Souza “ Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

Alvorada Infeliz

 

Alvorada infeliz estilhaçando.

Medram enfermidades entre as flores.

O isolado pinheiro escorre nódoas.

Estão enlutecidos os trinados.

 

A fonte antiga verte águas roxas.

Estreitam-se os caminhos e as veredas.

Há um espraiado de ervas daninhas.

E estalam fundos gritos da caverna.

 

O chão padece de apodrecimentos.

Um touro opulentíssimo fraqueja.

Desmancha-se o loureiro em folhas secas.

 

Crepita o vento um azorrague em lâminas.

Uma nuvem transmuta-se em cinzeiro.

E aceleradas cinzas vão descendo.

 

02.07.2001

 

 

A Cidade Mudou

 

A cidade mudou. Mudou para pior.

A colossal e infame cornucópia

faz seu derrame de variadas drogas.

Armas de fogo invadem o País.

 

Greis de malfeitores as recolhem.

Homens de bem tem os seus passos espreitados.

Ninhos de delinquentes proliferam.

A conduta correia padece humilhações.

 

O tremedal do crime empolga diariamente

a urbe poluída pelo banditismo.

Vão ganhando volume os cemitérios.

 

A ser/iço do delito, telefones celulares

dão formidando apoio à delinquência.

Quando um obreiro sai para o trabalho,

 

mãe e filhos indagam: Voltará?

 

 

 

 

Página publicada em junho de 2012; página ampliada e republicada em maio de 2015.

 

 

 
 
 
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