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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

NATALIA IORIO

 

Autora do livro de poemas Vermelho mar (Patuá, 2015), Natalia Iorio Garcia, mais Iorio que Garcia, mais carioca que paulista, nasceu em 28 de outubro de 1990 no Estado de São Paulo. Graduada em Ciências Sociais pela PUC-SP, já atuou como educadora no SESC Santo André e como monitora na Reunião da Associação Brasileira de Antropologia (ABA). Fez o possível e o impossível para morar na cidade que ganhou seu coração: o Rio de Janeiro. Após brava luta contra o tempo, renovando suas forças em São Jorge/Ogum, hoje é mestranda em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e faz parte da Associação APAFunk, tocando tamborim. Em 2013 foi finalista do Prêmio Off Flip de Literatura com a poesia Cadeia. Muitos de seus escritos podem ser encontrados no blog Chá com Inércia (http://chacominercia.blogspot.com.br/). Além de poeta, Natalia (chamada, por seus amigos mais íntimos, pelo carinhoso apelido de Cãozinho) também é pintora. Vivencia diariamente as águas de sua mãe Yemanjá, fonte de inspiração de longa data, indispensável para a constituição deste seu Vermelho mar. Que este seja o primeiro de seus muitos presentes poéticos para nós leitores ávidos da poesia que tem o poder de se tornar canção no coração, luz à existência, calmaria de águas marítimas.

 

IORIO, NataliaVermellho mar.  São Paulo: Editora Patuá, 2015.  120 p.  14X21 cm.   Tiragem: 100 exs.  Editor: Eduardo Lacerda.  Projeto gráfico e capa:  Leonardo Mathias.  ISBN 978-85-8297-188-8   Ex. bibl. part. Antonio Miranda

 

Passagem

 

Motoristas do trânsito
Espreguiçavam suas alienações
Até o fim da rua.

Lembravam, bufavam, cochilavam,
Chateavam-se.

 

Os transeuntes das calçadas
Esbarravam um nos outros,
Bloqueavam-se em ausentes sorrisos.
Marchavam, mancavam, respiravam,
Lamentavam-se.

 

Borbulhava o sol da tarde no horizonte
Como num incêndio celestial;
Prédios e casas arfavam
O ar da humanidade. Imunda, incrédula, ingénua.

 

A lua boiava num céu quase noturno,
A metade-lua observava o mundo
De luzes artificiais se acender.
Ascendiam, adormeciam, arranhava,
Morriam-se.

 

         Janeiro de 2009

 

 

 

do alto do mundo

 

da janela de onde não sinto o frio,

a noite esconde o rato envenenado,

a moeda perdida no bueiro,

a serpente de conversas na calçada.

do alto do céu qualquer repente é evidente,

qualquer tristeza é simplificada

e o amor é tudo aquilo que passa.

 

desse alpendre de áspero existir,
eu finjo em ver nuvens que escoam um sol dourado,
a moça pálida que sorri sozinha ao caminhar,
a borboleta transparente de luz.

 

do alto do mundo

nenhum pássaro solitário será percebido,
a água cairá sem que seja tempestade
e tudo aquilo será, apenas, um somente.

 

 

São Paulo, agosto de 2012.

 

 

Porta-retratos

Eu andei
e procurei na geladeira,
no armário.
Nada!

Nem o rum velho,
um champanhe barato
ou um conhaque de festas.
Andei pelos cómodos com retratos nas estantes.
Eram porta-retratos sem fotos.

 

Andei pelas calçadas úmidas
de neblina opaca;
caminhei, afoita, alucinada.

 

Cheguei com a sacola de plástico,
e um vinho de 17 reais.

 

Os retratos sorriam
felizes na moldura.

 

           São Paulo, março de 2012.

 

 

 

Página publicada em janeiro de 2017


 
 
 
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