MÔNICA MONTONE
Nasceu em Campinas., São Paulo, em 1978. Cursou Psicologia. Publicou Mulher de minutos (2003). Além de poesia, escreve crônicas e artigos para jornais alternativos.
Mônica Montone é autora do livro “Mulher de Minutos”; Íbis Libris, 2003 e participou das antologias poéticas “Ponte de Versos” ; Íbis Libris, 2004; “ República dos poetas”; Museu da República, 2005 e “Seleta de Natal, poemas”; organizada por Mauro Salles, 2006”; Poesia Sempre”, Fundação Biblioteca Nacional, 2007; “Poesia do Brasil”; Grafite, 2007, entre outras.
Página da escritora: www.monicamontone.com/
PARIS
Num repente senti saudades
Do boulevard e do beijo
Do vinho e do queijo
Das luzes infinitas
Das madrugadas efêmeras
Museus
Teatros
Cemitérios
Flores espalhadas por jardins bem talhados
Castelos encantados
Então pensei:
Por que nunca me levaste a Paris?
Mulher de minutos (2003)
CÉU
Enfeitei meu corpo do céu
E o sol se pôs em meu umbigo
Pintas viraram estrelas
Cabelo, fios de horizonte
Saliva, chuva
Peitos, lua
Enfeitei meu corpo de céu
Para fugir dos meus perigos
E o diabo
Atento aos detalhes
Tomou meu corpo como seu abrigo
Ibidem
VERTIGEM
A vertigem da nudez
Não se compara ao enjôo da visão
Quando o corpo está nu
Apenas a lupa das mãos alheias o rasteia
Meus olhos estão cansados de enxergar
Não querem mais a miséria dos que imploram amor
Sem saber amar
A vaidade cega dos ignorantes
A pobreza humana dos que se julgam importantes
A rosa
Que antes era vermelha
Agora é náusea
Nada representa –
Porque tudo se perdeu na confusão diária dos corpos
Na ansiedade dos que se procuram
Mas não se acham
Meus olhos estão cansados
Querem hoje somente o ócio
Ibidem
DEPOIS DO FIM
O que era promessa
Vira poeira
E o porvir um abismo
Rodeado de brandas labaredas
O brilho se apaga
As palavras ficam mudas
E qualquer atitude pode parecer indelicada
Os dias não têm fim
E cada noite se transforma numa esfinge
Pronta para devorar sonhos
O que acontece depois que o amor acaba?
Ibidem
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