MAYSA MATARAZZO
(1936-1977)
Maysa Figueira Monjardim, mais conhecida como Maysa Matarazzo ou simplesmente Maísa – Maiza (São Paulo, 6 de junho de 1936 — Niterói, 22 de janeiro de 1977), cantora e compositora brasileira.
Ela foi uma Cinderela às avessas: garota milionária terminou na fossa, nos tempos da bossa nova. Dos palácios da burguesia paulista foi para os becos boêmios do Rio de Janeiro. Alcoólatra, com aqueles olhos de gata que viraram clichê e ícone nacional e internacional. Poeta? Cantautora? Já fizemos antes esta pergunta, e até tentamos responder: letra de música é poesia? Ninguém está interessado na resposta, no caso de Maysa.
Versos de uma simplicidade que beiram o simplório mas que, ao serem cantados, tornam-se — como queriam os contemporâneos irmãos Campos , do Concretismo — verbivocovisuais: eram palavra escrita, voz irradiante e uma presença física que corporificava uma criação artística que virou marca, lenda, referência, memória nacional. Versos confessionais, perfeitamente casados com sua melodia, indissociáveis:
Meu mundo caiu
(Maysa)
Meu mundo caiu
E me fez ficar assim
Você conseguiu
E agora diz que tem pena de mim
Não sei se me explico bem
Eu nada pedi
Nem à você nem à ninguém
Não fui eu que caí
Sei que você entendeu
Sei também que não vai se importar
Se meu mundo caiu
Eu que aprenda a levantar
Ouça
Composição: Maysa
Ouça, vá viver
A sua vida com outro bem
Hoje eu já cansei
De pra você não ser ninguém
O passado não foi o bastante
Pra lhe convencer
Que o futuro seria bem grande
Só eu e você
Quando a lembrança
Com você for morar
E bem baixinho
De saudade você chorar
Vai lembrar que um dia existiu
Um alguém que só carinho pediu
E você fez questão de não dar
Fez questão de negar
Página publicada em janeiro de 2009 |