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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MARISA BUELONI

 

Marisa Fillet Bueloni mora em Piracicaba, é formada em Pedagogia e Orientação Educacional. É membro da Academia Piracicabana de Letras.

 

Lata

 

(Marisa Bueloni)

 

 

Refazer o mel

engendrar a abelha

na estrutura cósmica

da comida em lata

 

Doce veneno mortal

que as máquinas expelem

em jatos suculentos

de massas e bolos verdes

 

Súbito abridor de latas

que baila nos dedos

a dança macabra

da abertura final

 

Sirvam-se, senhores

dá para todos

 

 

(extraído de: http://www.primeiroprograma.com.br/)

 

BUELONI, Marisa.  De tarde, o amor.  São Paulo: Massao Ohno  - M. Lydia Pires e Albuquerque Editores, 1986.  s.p.  15x22,5 cm . Capa: Piet Mondrian. Grafismos: Darcy Penteado.  Foto da autora: Henrique Spaviéri.  (Coleção Prata vol. 17)  Col. A.M. (EA)

 

SAUDADE

Faz tempo essa saudade
que dura
dura
dura
dura

Não sei mais
se é velha
ou prematura

 

FREI ALEIXO

Quando eu tinha 15 anos
beijei Carlos,
um carioca,
rapaz bonito e danado.

Na pouca idade
e muita virtude,
achando que fora longe demais
com o beijo,
me confessei.

Frei Aleixo
— quanta bondade! —
aconselhou um exame
de sífilis.

Fiz o exame,
deu negativo.

 

A DOIS

Temos uma
diferença:

és todo
ateu
sou toda
crença

e quando
digo uva
entendes
chuva

nossa
convivência
é fé
e paciência.

 

 

 

Extraído de 

POESIA SEMPRE.  Revista da Biblioteca Nacional do RJ.   Ano 3 – Número 5 – Fevereiro  1995.          Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional / Ministério da Cultura – Departamento Nacional do Livro.   ISSN 0104-0626Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Éden

E quanto mais tens fome e mais eu me afasto
Mais sou o animal que te devora o pasto
Mas não comi de tudo, deixei-te algum resto
A ração já me basta e te provo: não presto
Assim, eva-mulher na criação da vida
Maçã, romã, pagã, na força dividida
No arremedo de gente eu sou tão acabada
No barro de que fui um dia pré-moldada

Me veem sempre santa nos séculos de puta
Me comem sempre parto enquanto sou a fruta
De caldo, sumo, sangue, sempre esbagaçada
Nos dentes, língua e dedos, sempre tão triturada
No trigo, joio, leite, no mel e dedo em riste
E entre a puta e a fruta, ao menos fruta seja
No chão ou numa mesa, inda que fruta triste
Ao comensal que nunca conhecerá o sabor
Da árvore do mal, raiz de vida e amor

 

 

Integridade

Margarida passou por aqui
agorinha mesmo.
O riso faminto na boca sem dentes,
o olhar brilhando de esperança, miséria bem distribuída.

—Tem nada pra mim hoje, dona?
—Tenho sim, Margarida.

E uma blusa de lã das boas agasalha
o gesto de quem nasceu
para dizer obrigado.

— Vamo, fio, que a mãe tá cum pressa.

A fila de filhos escolta Margarida
rua abaixo. Margarida é o miolo; os filhos
as pétalas. Uma flor desce a rua.
Despetalada e íntegra.

 

 

Concurso

Recorte a embalagem
Escreva seu nome no verso
E mande quantas cartas quiser

Mas não se esqueça:
A promoção só vale para homem
E você é mulher.

 

 

 

 

Página publicada em dezembro de 2012. Página republicada em dezembro de 2017.  Poesia erótica, poema erótico.

 

 

 

 

 

 
 
 
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