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 MARIA DO CARMO SILVA SOARES

Foram muitos anos de contato com as imagens de satélite.

Trabalhando e convivendo com elas no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),

em São José dos Campos, retirando informações técnicas de suas cores, formas, texturas.

Hoje elas já não são para mim só imagens, com números, órbitas, pontos,

cores do espectro, palavras-chaves, códigos a serem interpretados.

As imagens são "obras de arte", desenhadas pela inocência tecnológica dos satélites,

que contêm cores, formas, harmonias diferenciadas.

 

Palavras da autora em seu CD : Um olhar poético sobre imagens de satélite . São José dos Campos, 2002. A seguir, uma breve seleção de sua obra original e criativa, de quem faz ciência com poesia...


Passeio Noturno

   

A tarde chega e me aqueço

em outras paisagens

e vou registrando terras não-conhecidas,

que vivem às escondidas,

mas que se revelam ao meu sensor.

Anoiteço e obedeço

os sinais de outros sensores,

que passam a registrar

a Terra que passa...

 

Amanhecer, entardecer, anoitecer

são as rotas que sigo,

persigo em cada órbita que faço.

Aqui do alto sinto

os calores dos desertos africanos

e vou me refrescando por Europas

e outras terras frescas.

A tarde chega e me aqueço

em paisagens coloridas,

cheias de vida,

até que eu anoiteço.

Aí então me sinto entre dois céus,

o de verdade, cheio de estrelas,

e o da Terra

que virou céu,

azul-escuro,

com suas mil milhares de luzes

a piscar,

a brilhar

e a me saudar

quando passo...

Imagem da Terra à noite, feita a partir de uma série de imagens de satélites, de 27 de novembro de 2000, preparada pela NASA (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos), que mostra as regiões habitadas e desabitadas da Terra (mais iluminadas e menos iluminadas).


Águas Amazônicas

 

Á guas amazônicas,

irmãs icônicas.

Águas entrelaçadas,

entrecortadas por terras,

que erram em ilhas,

longas linhas andarilhas,

misturam-se com outras águas,

se arrebentam e levam o chão...

São águas amazônicas,

cheias de fertilidade,

várias tonalidades aladas.

São centenas de azuis irmãos,

Azul-verde, azul, branco-azulado,

águas e mais águas espumadas,

águas enormes ou delicadas,

águas grandes ou pequenas,

que o sensor corre para ver.

 

São águas amazônicas,

carregando emoções caboclas,

águas que se balançam ao vento,

e batem nos pés do barqueiro,

barco frágil em seus braços.

Águas históricas,

em reviravolta,

carregando tudo o que viram,

guardando enredos e segredos,

sagradas presenças sem volta.

 

Águas amazônicas,

se despedaçam, entrelaçam,

águas longínquas, estilhaçam

gotas, notas sinfônicas no ar.

Águas com e sem parentesco,

procurando um destino comprido,

se encontram, cheias de adereços,

confraternizam-se estrondosamente

na foz, veloz, em alta voz...

É a voz de todas as águas

trazendo segredos para o mar... 

 

 

 

Há Tempos que Planejo... 

 

H á tempos que planejo o melhor

para suas muitas vias,

veias, fios, tecidos para

formar sua teia, seu corpo todo.

 

Há tempos que

descobri muitos de seus segredos,

de seus recantos mais belos,

desde o Banhado,

aconchego redondo,

sempre pronto a nos abraçar,

até seus muitos nós,

que procuro desatar.

 

Há tempos estudo seu corpo,

suas trilhas, idas e vindas,

lugares marcados,

riscados no chão,

em Planos, Projetos, Idéias,

segredos segredados a poucos,

sobre seus ouros, louros,

suas raízes, tréguas de dores,

amores novos,

esperanças de tantos...

 

Há tempos venho descobrindo o melhor

de seu corpo, de suas belezas,

fraquezas que sei posso corrigir.

Há tempos que quero lhe dizer

que o verdadeiro remédio está

em unir as culturas,

ligar os fios dessa teia joseense

compromissada com a vida dos que andejam

por seus caminhos

sentindo as boas graças

de morar por aqui...


Imagem de satélite - SPOT PAN+XS - São José dos Campos. Região do Banhado. 2 set. 1997.

A área edificada da região próxima ao Banhado aparece em tons azulados e o Rio Paraíba, em preto.


 


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