Maick "MaicknucleaR" Thiago Lenin T. C. Santos (São Paulo, Capital, Parque Edu Chaves, 28 de setembro de 1981) é web-designer, escritor, produtor musical, vocalista, editor, roteirista e fundador do projeto-editora "Gatos Pardos". Grande divulgador da cena artístico-paulistana underground. www.altacasa.blogspot.com - maicknuclear@hotmail.com
MaicknucleaR é um paulistano criado no Parque Edu Chaves, nascido em 28/09/81, autor de "Meu Doce Valium Starlight" (2007, editora Dulcinéia Catadora), do Romance "Dançando Valsa nos Salões do Inferno", do independente "Tão Austral Quanto Aurora (Gatos Pardos - 2007)"; é fundador do projeto de editoração independente/underground A Teoria Dos Gatos Pardos, apresentador e dj da rádio virtual Atomic Radio; colunista da Revista Critério. Maick bloga em As Latrinas da Vida e os Diamantes Jogados aos Porcos.
Tem textos publicados nas revistas eletrônicas Caros Amigos, Revista Critério, Revista Muro, Desconcertos, Garganta da Serpente, Adelaides, Bar do Escritor, Poesia na Rede, Viaki, Impossíveis e em seu antigo site, atual blog O Pastrame. Vocalista da banda de Hardrapsoulfunk UzzmetralhA e integrante da banda Revolta Brasileira; participou como rapper da peça Malcom X, em 99, no Sesc Pompéia e do lançamento da Revista Simples no Sesc V.Mariana, atuando musicalmente ao lado de Nelson Triunfo (precursor da dança de rua no Brasil) e tem jam gravada com os rappers alemão e francês Sick Spider e Psycho Alvares. Maick também é webdesigner, produziu um cd de instrumentais de hip-hop entitulado "Todo Torto & Muito A Pampa - som pra skate e vagabundas". Maick sabe fazer scraths, toca baixo, violão, guitarra, canta, rima e fez uma palhinha no lançamaneto do livro "Me Enterrem Com Minha AR-15", de seu grande amigo, Marcelo Ariel e participou como oficineiro - de criação de livros com recicláveis -, na mostra "Circulações", no Sesc Consolação. e mesmo estando longe de ser um cinéfilo tem grande fascínio pelo cinema; apaixonou-se pelo teatro assistindo as peças de seu grande amigo Mário Bortolotto, e, atualmente, este amante de Sublime e Delinquent Habits, está dirigindo o workshop "Verbos Curtos/Viola Na Vela", com Humberto "Bebeto Cicas" Fonseca - fundador do Centro Independente De Cultura Alternativa e Social, o CICAS.
Poesias (retiradas de "Tão austral quanto aurora" (gatos pardos -independente - 2007)
Into The Noche
Esbofetear-lhe-ei a fuça
deixando marcas de oferenda herege.
Em bege
branco
no amarelo artificial que nos guia ao horizonte de cimento, nada melhor que a noite pra fazer seu champanhe suar a taça
lamber a calcinha de dentro pra fora em borbulhante êxtase
friozinho de alma se arrebatando
(sempre dá arrepio).
Tonitroante como quando faço a barba na masmorra do eu mesmo. Virginal como puta velha, Into The Noche, pra esfolar
as solas na solidão da lua de gude que tinge o chão com a repetição de bases violentamente azuis...
rumores de novos dias!
Não olhe para o céu com perguntas. Deixe cair o orvalho. E que nossos atos falhos nos leve pra cama. Pro lugar dos segredos
expostos - cicatrizes (?) - e uso de suicídios leves
melancolia style dos filmes em preto e branco
paisagens urbanas em câmera lenta
luz de poste virando estrelinhas.
Hey, let the horn blow! Dê uma rasteira no anjo as ruas. Leve-o à nocaute com e-mails marcantes. Passe a garrafa e um
pulmão brilhante. Reverbere. Sim, reverbere! Vira. Fica de ladinho. Vem cá. Deita assim. Sobe aqui, assim não, do outro jeito.
Olha pra cá. Sim. Isso. Pode olhar, pois estou a caminho do continente incógnito com a mochila de narrativas mentais
O ônibus dobrou a esquina
e já te avistei.
Vem cá. Deita aqui. Into The Noche. Não se preocupe com nada, tem prendedor no saquinho de farofa e eu vou te proteger.
Sou o cara mais durão da cidade, em todos os sentidos, você sabe
(não ri).
...Abajur e seu vidro trincado
suas músicas chatas em Mute
- continua-se o tingimento lá fora -,
hoje está tudo perfeito
dentro da noite.
Chérie Blue Escarlate
Animal. Arredio. Abissais afagos. Sentido seu cheiro de âmago, a essência de sua nuca... Omisso. Olhos saindo a francesa,
tergiversando no espaço-tempo.
Nunca o cinzeiro esteve tão sem vida. Tão sem suas nódoas de concubinas e sirigaitas de outrora e o sopro de palavras prestidigitadas
pela boca de quem salva-se com a bóia furada da escrita... "Você tem uma boca tão linda", diz, fascinada, de olhos ciganos e fios que
descem como as cascatas do anfitrião em seu claustro.
De la rua. Mecenas. Mercenário de palavras mor, como os dissabores da piña colada. Metropólico úrico. "Quanto você vale, Dorothy?".
Todo sonho tem preço, não me culpe se a bíblia é um grande eufemismo para "lei da selva". Respire, dê um tempo, segure aqui minhas
armas enquanto vou ali fazer das tripas um rebento. Partir pro arrebento. Enquanto arrebento cream cracker e tormento.
Faço título de sua submissão aos meus excessos "hardcore" nada líricos. Descubro os milagres do jejum forçado e meia garrafa de vinho.
Solo blues com pálito de fósforo no violão para me mostar mesmo, e nem ligo, pois sou o cara do show. E cedo toda minha vitalidade, na
maior, quando resolveste deitar meu zíper por terra.
"Nas bolas, amor. Nas bolas", pois baixaria mesmo é nascer brasileiro. Eu já disse isso em algum outro texto, mas adoro repetir pra você!.
E num hiato de sua lascividade registro as cenas que gozarão no papel, na extensão da memória, todas lembranças vegetais. Manuais
lembranças. Fios que não se esquecem de propósito. Objetos a te devolver n'outro dia. N'outra loucura impulsiva e zíperes que caem por
uma terra bem longe da passionalidade vil.
A arte de amortecer quedas!. O apreciar de um novo elixir. "Já pode devolver as armas, meu amor", pois dormirei entre as fronhas que
sua mordida escandinava, vermelhinha quando esbofeteada, maculou.
Anagênese do cão molhado
Às vezes eu rezo. Outras apenas espero o primeiro raio de sol brotar de um feriado qualquer, ou a vida dar um salto aromático em um
copo de café, quando, na verdade, eu apenas deveria voltar para o lugar de onde vim; voltar ao caos cor de laje e pessoas quentes de
sorrisos amareladamente fúlgidos que não se envergonham de expôr toda essa amargura bem nutrida que é o anseio desmotivado de
agraciarem essa cobra ardilosa que chamam de felicidade.
Nada melhor que a vida!. Que um conhaque com limão e mel para desamolar o fio do frio que corta, que pa-U-sa, nossas conversas mal diagramadas, lançadas ao vento, e pensamentos brumosos de dias sem a dor do falecimento ou a ambição de um futuro com dentes à
mostra e osteoporose lasciva.
Por hoje o sol não brilha na praça, doutor. Mas há um orvalho de sofrimento pesando sobre a grama paralítica que reverbera sua bronquite e alergia de toda a sorte - um sortilégio delas -, o cheiro de terra molhada e a umidade-ódio-dichavado que chamam de sereno. E a Boêmia do
rabo na cadeira elétrica.
Sereno. Sereno, sim. Sereno, pois hoje lhe desejo a pior forma de morte. Que pior morféia lhe carregue ao Paraíso autômato quando for
retirar seus documentos de ser-mamulengo. Desejo, sim, pois odeio fantoches e toda sua estratégia fútil de ser apenas mais um boneco
sem vida que só fala quando convém mostrar os olhos.
Prosélito sou sim; e pago certas decisões com facadas em minha própria língua... ...Ousei ser Senhor das palavras em rimas periféricas
que me saem como errupções de seresta azeda. Porém hoje já não rezo ou oro. Hoje apenas agouro por sua morte quando chegar ao
auge de seu inautentico si mesmo "madamesco", oh madame.
MAICKNUCLEAR.Meu doce valium starlight. São Paulo: Dulcinéia Catador, 2007. 33 p. 16x22 cm. Capa de papelão pintada a mão.
Tacada 5: Mordendo a língua
Desrespeito seria olhar-te sem malícia. Sem me
imaginar flanando em seu ventre de algodão.
Agasalhado em tua lã de cor não lembrável. Ou
punhetando o dedo em tua boca mística enquanto
enrabo tua consciência de literata.
Don't let me fucking dow, bitch. Há cinco gramas de
enfermidade entre meu espírito (de lhe querer) e tua
carne (esquentando a minha) que corrompem toda a
explosão do atrito. E sem atrito, sem fogo. Só o frio
das quatro e meia, teus cigarros cansativos e
minhas velhas veleidades nada sóbrias.
MAICKNUCLEAR volta ao Distrito Federal para apresentar seu vídeo documentário “Cola Farinha”, realizado nas ruas de São Paulo com jovens artistas que fazem colagens, arte rua (street art) ou lambe-lambre com cola de farinha, versão menos contundente que a dos pichadores MaickNuclear revelou durante conversa com o público que decidiu levar seus cartazes poéticos à paredes e espaços públicos depois de ter sido rejeitado, quando mais jovem, iniciante, por uma editora comercial. Suas imagens ganharam espaços urbanos e a repercussão foi fantástica, desenvolvendo uma nova forma de comunicação com o público. A apresentação foi na programação IMAGEM SEM FRONTEIRAS, na Galeeria Olho de àguia, em Taguatinga, na noite do dia 05 de janeiro de 2013. As fotos são de ROBSON CORREA DE ARAUJO, em que aparece MAICKNUCLEAR em seu new-look, numa delas com o poeta Antonio Miranda, seu amigo de Brasília.
Página publicada em janeiro de 2008. Indicação de Robson Corrêa de Araujo.