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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LEO GONÇALVES

 

Nasceu em Belo Horizonte em dezembro de 1975 e hoje vive em São Paulo. É autor de das intimidades (2001) e publicou alguns de seus trabalhos em edições caseiras. Vem se apresentando em performances e leituras de poesia. No espetáculo de corpoesia Poemacumba, seu trabalho mais recente, ele vocaliza poemas em que saúda seus ancentrais, ao lado da dançarina Franciane de Paula.  Desenvolveu, ao longo de 2011, o programa Palavra Inquieta, séries de bate-papos com escritores brasileiros com transmissão online, ao vivo.  Traduziu poetas como Tristan Tzara, Heriberto Yépez, Juan Gelman, Allen Ginsberg, Leopoldo César Senghor, William Blake, Paul Verlaine. Gerard DE Nerval e muitos outros.  Escreve periodicamente no www.salamalandro.redezero.org. 

 

GONÇALVES, Leo.  Use o assento para flutuar.  São Paulo: Editora Patuá, 2012.  15,5x23 cm. 108 p. ilus. ISBN 978-85-64308-62-6  N. 04 851  Editores: Aline Rocha, Eduardo Lacerda.  Fotografias: Juliana Corradini. Projeto gráfico, capa e ilustrações: Leonardo Mathias – Flick.com.leonardo Mathias.  [ exemplar gentilmente enviado pela editora ]

 

“Uma lírica de fios tensos, uns; desencapados, outros; partidos e irremediavelmente soltos, alguns mais — a que nos oferece Leo Gonçalves neste livro em que a ironia se constitui, já desde o título, como um elemento estruturante e, a comprovar a pertinência de seu uso, desestruturador. Que não se espere encontrar um poeta reverente a qualquer linguagem das inúmeras que se entrechocam no populoso e confuso ambiente da poesia contemporânea.” RICARDO ALEIXO

“Hay cosas extraordinárias que Leo Gonçalves da: el ritmo de sus versos, repiques del candombe, un poema del mar como si lo hubiera escrito Yemanyá. Algunos poemas se podrían bailar sin música, sólo co la de la palabra, un reconocimiento de todas las vidas y las muertes que la hiciero
n y están en su estructura. Un mérito mayor.” JUAN GELMAN

 

nada mais
será como
dante

 

 

ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA

 

fazer poemas como edifícios

por onde ninguém suba

o leitor pare à porta e cisme

andar por todos os andares

cómodos apartamentos brancos

paredes comodamente brancas

de todos os cómodos brancos

de todos os andares

e incómodo

súbito suba a si assíduo

a tudo ou quase tudo na brancura

apartado no apartamento

imóvel se anuncia

delira se especula oscila

eis que logo

livro das mudanças

a vaga vira viagem

o plano vira piloto

branco de improviso

o poema se aperta

vira vaga de vento voo

se desmancha noir

poema que de difícil

surge ofídio, físsil

na muda: poema-edifício

e apagada na mesma brancura

a palavra ascensor

é engolida pelo autor

cifrões alados são jogados

em doce desperdício

ouve-se um cântico de cura

e um grito de loucura

é lançado pelo maldito

que insiste em falar de amor

 

      ccp/ juliana corradini]

 

 

OUTRA POÉTICA

 

desínventar a língua

em cada fala

o axé consiste

no que a boca cala

 

mastigar com vontade

as vogais e as consoantes

o verbo cobre o corpo

como a folha a planta

 

a raiz das palavras

você me dizia

é a garganta

de quem as pronuncia

 

      p/ benjamin abras

 

 

ENTRELINHAS , VERSOS CONTEMPORÂNEOS MINEIROS.   Organização: Vera Casa Nova, Kaio Carmona, Marcelo Dolabela.  Belo Horizonte, MG:  Quixote + Do Editoras Associadas, 2020.  577 p.  ISBN 978-85—66236-64—2            Ex. biblioteca de Antonio Miranda

 

        Transatlântico

      
adiar o dia de sair do mar
       se enturmar com o mar
       sem querer domar o mar
       ser do mar
       fazer com que o mar
       em ser espelho olhe-se
       no acordo do céu
       sem horizontes nem limites
       aceitar que o mar
       em sendo mar se torne léu
       sereia e todo ser
       que se molha que se olha
       em cada pele cada prole
       tornar-se ele pele com pele
       formar brânquias
       formar guelras
       e barbatanas
       para estar no mar
       querer morar no mar
       esquecer os dias de adiar
      e se espraiar por lá
      pacificamente
      atravessar o mar
      num barco a vela
      num transatlântico
      ou num vapor
      seguir por onde for
      seguir por onde o vento indicar
      ouvir as conchas ler os búzios
      e deixar-se levar
      deixar-se levar no mar
      morrer no mar dormir no mar
      beber o mar viver o mar
      infinitivo mar


       Ofó para um peito cheio

      
se o peito dela está cheiro
       e lá dentro não sou eu
       protege, mameto, protege.

       se o peito dela está cheio
       e lá dentro sou só eu
       protege, amada danda, protege

       protege da zica
       protege do dengo
       protege do meu chamego
       protege, minha mãe, protege

 protege o peito dela
 para que nunca fique cheiro
 de mim, dandalunda, de mim
 mas enche o peito dela
 mas enche o peito dela
 de ngunzu, mameto, de ngunzu

 enche o peito dela dos óleos
 que nos salvam dos líquidos
 que nos bebem dos beijos
 que nos daremos do mel
 do mel, danda linda, do mel


*
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http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/minas_gerais/minas_gerais.html

Página publicada em maio de 2024

 

 

Página publicada em outubro de 2012

 

 

 

 

 

 
 
 
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