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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

LAURO SILVA

(1904-1978)

 

LAURO SILVA nasceu em Pindamonhangaba a 16 de março de 1904. Foi oficial farmacêutico da Fôrça Pública do Estado de São Paulo. Aposentou-se como Secretário do "Colégio Estadual e Escola Normal João Gomes de Araújo", de sua terra. Tem muitos poemas publicados em jornais e revistas, material excelente para um bom livro, que infelizmente ainda não veio.

 

     CONSOLO ARITMÉTICO

O velhote Moscoso,

Um solteirão patusco,

Certo dia acordou ofegante, angustiado,

Como nunca estivera.

Pensando em desenlace,

Terrores suportando inenarráveis,

Disparou pressuroso

A procurar o Dr. Lusco Fusco,

Especialista em doenças incuráveis.

Pediu exame pormenorizado,

Que tudo revelasse,

Até mesmo a presença da Megera.

 

O esculápio mandou-o desnudar-se.

Pô-lo deitado.

Fê-lo sentar-se.

Dobrou-o para um lado.

Com o martelinho percutiu-lhe os joelhos.

Desconhecendo-lhe o civil estado,

Em palpação molesta

Vai-lhe sondando a testa,

À procura do início dos chavelhos.

 

Depois de muita cutucada,

Entrou a fase da interrogação;

E ao saber-lhe a vida segregada,

Diz-lhe o doutor:

"— Meu caro, não é nada;

Apenas o senhor

Já não suporta mais a solidão.

 

O homem é gregário,

Viver não pode sempre solitário:

Deve ter companheira.

Procurem, quando moços, mútua escora,

Passem os dois, embora,

Discutindo e brigando a vida inteira.

 

Seu Moscoso,

Sendo o senhor um pouco idoso,

Um brotinho, por certo, não lhe assenta.

Eu acho que o faria bem ditoso

Uma mulher... assim... de seus quarenta..."

 

"— De quarenta?! Que horror!...
O senhor na dureza tem requinte!
Escute aqui, doutor,
Eu não posso pegar duas de vinte?"

 

 

 

AMARGURA

 

Vida fora, vou só, despercebido,
Inútilmente, como um ser qualquer;
A escutar o responso de um gemido
A todas as palavras que eu disser.

 

Eterno insatisfeito e incompreendido,
pressinto a anulação do que fizer.
Não recebo um louvor, mesmo fingido;
Não me anima um sorriso de mulher.

 

A tropegar, sem fé, olhos errantes,
Tangido pela glória dos amantes,
Caminho para um têrmo que não sei.

E rolo como um seixo no declive,
Ansioso pelo bem que nunca tive
E saudoso do amor que não terei.

 

 

Página publicada em junho de 2017

 

 


 
 
 
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