JOÃO BATISTA DE MELO E SOUSA
João Baptista de Mello e Souza, ou simplesmente J. B. de Mello e Souza (Queluz, Estado de São Paulo em 28 de maio de 1888 — Rio de Janeiro, 24 de abril de 1969) foi um escritor brasileiro, membro da Academia Carioca de Letras e irmão mais velho de Julio César de Melo e Souza, o Malba Tahan.
João Baptista teve muitos livros publicados, entre eles: "Meninos de Queluz" (Prêmio Joaquim Nabuco pela Academia Brasileira de Letras[1]), "Histórias do Rio Paraíba" e "Canções da Escola e do Lar", muitos deles sob o pseudônimo J. Meluza.
Também foi presidente da Federação Brasileira dos escoteiros do mar e, segundo consta, durante o período de sua atuação a instituição chegou a ter mais de cem barcos em intensa atividade.
Obra poética: Sete lendas de amor e outras poesias (1959)
Prêmios: 1906 - 1º prêmio de poesia - recebido durante o Congresso Universal com a presença de Zamenhof.
1948 - Prêmio Joaquim Nabuco pela Academia Brasileira de Letras - Livro Meninos de Queluz.
Fonte: wikipedia
TRÊS DE CADA LADO*
À janela, a jovem Elza
Trabalhava em seu bordado;
Seis madeixas tinha ela,
Sendo três de cada lado.
Um rapaz, que então passava,
Elegante, e bem trajado,
Com seis fios de bigode,
Sendo três de cada lado,
Pela jovem, que bordava,
Ficou logo apaixonado.
Seis beijinhos enviou-lhe,
Sendo três de cada lado.
O pai, que a cena avistara,
Desceu raivoso e apressado,
E deu-lhe seis bengaladas,
Sendo três de cada lado.
Sobrevive o talento, eterno e infindo!
Diz-nos agora a desfiar a rima.
"Aere Perennius", ó sonêto lindo!
[Poema sob o pseudônimo de J. Melusa]
"Um monumento ergui", disse o famoso poeta,
"Mais forte do que o bronze..." E disse uma verdade
Porque, da Poesia a Musa predileta,
Ao dar-lhe a inspiração, deu-lhe a imortalidade.
E assim, no decorrer dos séculos, projeta
O gênio, que viveu, intemsa claridade;
Sua glória esplendente, em plena luz ereta,
Nobre orgulho será, de tôda a Humanidade.
Passa a fama fugaz de reis e de tiranos,
De guerreiros cruéis, de monstros desumanos,
De batalhas, de heróis, de tronos imperiais;
Mas do humilde cantor do Belo e do Sublime,
O nome viverá, que nem o ódio e o crime,
Nem o tempo que passa, o destruirão jamais!
*Publicado original no Almanaque do Bromil.
Página publicada em maio de 2017