Para Oliver Stone e João Goulart
“Voltarei nos braços do povo” GV.
“Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.” Lincoln
JFK é John Fitzgerald Kennedy!
Se a gente tira o “F” fica JK
E JK é Juscelino Kubitschek!
JFK pode ser Jogos Frios do Kaos
Se a gente tira o “F” fica JK
E JK pode ser Justice of the King!
JFK e os mísseis de Cuba,
O “F” de JFK lembra Fidel!
K para Cuba, K para Castro!
Orós, rompimento com FMI,
Brasília - o sonho de Dom Bosco no cerrado!
JFK e a guerra do Vietnã!
Os refugiados de Cuba, o muro de Berlim,
K para Kruschev, KKK para intolerância...
JK e o Cinema Novo, a Bossa Nova,
JK deixou Brasília e em seu lugar JQ!
JFK e Lee Oswald, o assassino-laranja!
JK e Oswald, o antropófago
Do paideuma do Concretismo!
Com um tiro na cabeça!...
JK morreu num carro esmagado, sucateado na estrada!
Cada qual representa um pouco seu povo,
Anti-heróis épicos da cultura mosaico!
Em lugar de JFK veio Lyndon Johnson,
E o homem olhou para os céus, para o espaço!
Em lugar de JK veio Jânio Quadros,
E o quadro mudou, e os homens ficaram sós...
JFK virou filme de Hollywood!
Ao Osama, Jardel Filho e Jorge Mautner
“Lá vem o homem bomba / Que não tem medo algum / Porque daqu i a pouco / Vai virar egun”. Caetano Veloso / Jorge Mautner.
“E eu, combatente atingido / Sou qual um país vencido / Que não se organiza mais.” Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins.
Nesta terra conturbada de tragédias,
De tão terríveis guerras e guerrilhas,
Via Hemingway vem Donne da Idade Média
Nos dizer: “Nenhum homem é uma ilha!”
E assim vejo a vida, triste comédia,
Em que se transformou esta minha trilha,
Sinto-me, às vezes, uma enciclopédia
De horrores ensinados em cartilhas!
Penso, comumente, que a cada esquina
Hei de encontrar, ali, um homem bomba,
Um atentado se me apronta à sina...
Mas, quando me acalmo, a razão me zomba,
Pois que eu sou o terrorista! Ela m e ensina!...
E não sei em que caverna minh’alma tomba...
Do Arnaldo Dias ao Arnaldo Antunes
Para Arnaldo Jabour e Arnold Schwarzenegger
“O microcosmo (o homem sob o ponto de vista alquímico)
resume-se na criação”, Nicolas Flamel.
Diz-se de Arnaldo, o nome,
Que é aquele que protege
Como uma águia que tome
Seu vôo do céu que a elege...
Há também quem diz Arnaldo
Como variante de Haroldo,
Assim se bandeiras desfraldo
Aos campos: concreto toldo...
É, pois, que de tão mutante,
Seja o nome sem conforme,
Seja assim beligerante,
Rebel barroco e disforme!
Do teclado eletrônico,
Da voz aguda à grave,
Do místico do iônico
À ironia do vôo sem ave!
Assim, teletransportados
Ao centro do nada etéreo
Os dois personagens, lado
A lado, diálogo sério
Travam em ritmo e som:
-“Cortar jaca na cidade
não é mole não! Nem bom!
Sou cowboy da variedade!”
=“Dinheiro é só um pedaço
de papel! O céu é um...
A máquina em peça de aço
De não fazer nad a num
Minuto, não ‘tá quebrada!”
-“Sitting on the road side!
Será que eu vou do nada
Virar bolor? Um alcaide
Do Dia Final! Bomba H
Sobre São Paulo! Sunshine!”
=“Debaixo d’água - arrah! -
tudo era bonito! My wine
is my blood! Se tudo pode
acontecer, a palavra
amor acho que explode
num ruído de motor! Lavra
em boa ata: Qualquer coisa,
um deserto florescer!”
-“Coming through the wales of science!
Young Blood! Te amo, podes crer!”
=“Se uns vão de pará-quedas
E o cabelo embaraça,
Já outros juntam moedas!”
-“Não há nada que se faça!...
Trem! Você vai demorar!
Tá pensando qu’eu sou lóki?
Sou, mas sou solizsta do ar!”
=“Cantar nu’a banda de rock!
Ficar sozinho e só...Vê!
[O] vento canta pra ninguém!
Imagem: palavra lê!”
=“Não estou nem aí! Nem vem!”
- + =“Tinta cabelo cinema
sol arco-íris tevê!
O Sol? Train Ciborg O Lema:
Rolar ped ras pra vocês!”
Dois Arnaldos, um dos Dias
Que se passaram distantes,
Outro Antunes, i-tunes,
Dois titãs sempre mutantes!
Em homenagem a Vicente Leporace.
“Mardito fiapo de manga / preso no maxilar inferior // Desgruda dos
meus lábios / minha boca / me deixa em paz” JOELHO DE PORCO.
“No ramo da magueira venturosa / Triste emblema de amor gravei um dia”
“Nós somos as cantoras do rádio / Levamos a vida a cantar / De noite
embalamos teus sonhos / De manhã nós vamos te acordar” LAMARTINE BABO,
JOÃO DE BARRO E ALBERTO RIBEIRO – via FRENÉTICAS.
“D. Júlia ficava doidinha /Quando o minino resorvia imitá / As falação
de fazê chorá” GRANDE OTELO.
Desapareceu o cabaré da Bianca Perla,
O Armenoville virou nem sei o quê,
O Dancing do Martinelli já é saudade...
Onde que no rio se encontra uma beleza dessas?
Não viemos fazer nada
E já estamos batendo em retirada!
Marieta, cafetina gloriosa,
Acabou-se incendiando como monge budista...
Eu era peru de estação de rádio.
Pezinho pra frente,
Pezinho pra trás,
Como aqueles índios
De um antigo programa do Max Nunes;
Raro é o ator de teatro que não fica inibido...
Peguei uma cana das brabas!
Em todos os terrenos
Nós temos que topar com monstros,
Os mordedores crônicos...
-Um instantinho, maestro,
Que eu vou tomar uma cibalena!
Lugar de muita gente em eterno,
Dependura...
O país está em construção,
O café não tinha porta dos fundos!
Praça XI, 1992.
(Do livro Infernália Tropicalis, p. 61,
Humano, Demasiado Humano
Ouvindo Lohengrin de Wagner
A Camille Paglia e Damien Hirst
“Warum huldigest du, heiliger Sokrates, / Diesem Jünglinge stets?” Höelderlin.
“Dai-me, pois, dai-me, ó mulheres / Vinho que eu beba a meu contento!” Anacreonte
“Saibam quantos esse meu verso virem / que te amo” Oswald de Andrade.
Os filósofos colocam-s e diante
Da vida e experiência como se fosse
Uma pintura...Mas é apavorante
O mundo colorido, amargo e doce...
A crença na liberdade da vontade
É um erro comum a todo ser orgânico!
Toda crença ao valor e à dignidade
Repousa num pensamento tirânico!
Um poeta poderia dizer que Deus
Postou o esquecimento como guardião
Na soleira do templo da dignidade
Humana... O Mito - só os raios seus
Incidem à vida grega e o clarão
Se faz: A nossa impossibilidade! |