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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ISOLINA ALVES AVELINO WALDVOGEL

 

Nascida no dia 16 de maio de 1892, em Natal, RN, foi  tradutora,  poetisa,  redatora  e  revisora  da  Casa  Publicadora  Brasileira (CPB).  Filha  de  Pedro  Avelino  e Maria  das  Neves  Avelino,  IAW aprendeu  a  ler

sozinha.  Iniciou  seus  estudos  em  um  colégio  de freiras  e  concluiu  em  um  escola evangélica.  Quando  a  família  se  mudou  para  Recife,

estudou  línguas  com professores  particulares  e,  em  1915,  foi  batizada  pelo  pastor  Emanuel  C.  Ehlers, após  terem  se  mudado  para  o  Rio  de  Janeiro.   Faleceu aos 6 de julho de 1980, com 88 anos de idade.

 

 

CADERNO DE POESIA.  São Paulo: Clube de Poesia de Santo André, 1953.  48 p.  16x23 cm.  Apresentação: Miguel J. Malty.  Capa: desenho de Paulo Chaves. Ex. bibl. Antonio Miranda.

 

A PÉROLA

Dizem que a pérola
nacarada e preciosa,
que, tímida e graciosa,
enfeita um colo de mulher,
encerra a história triste, magoada,
de acerba dor sofrida e recalcada
no seio de uma concha rosicler.

 Dizem que nessa concha
um dia penetrara, ocultamente,
um grão de areia hostil.
E desde então a pobre da ostra sente
aguilhoá-la,
espicaçá-la
uma dor fina, pertinaz, sutil.

Torce-se,
contorce-se,
e ao depois, resoluta,
luta
ansiosa, em frenesi, p’ra expulsar o invasor.
Mas punge ainda! E quanto mais se bate
mais se enfraquece e abate,
e mais avulta e cresce aquela dor.

Exausta, enfim, desiludida,
a ostra mal ferida
cessa de todo de se debater.
É quando a Natureza –maga milagrosa–
Líquido cor-de-rosa
da chaga faz verter.

E o grão de areia aos poucos transformou-se
na doce,
delicada gema rosicler
que todo o mundo estima e quer.

Cristão, se na alma penetrou-te um dia
–à tua revelia –
um grão de areia, fonte de aflição,
não te exasperes; ostra sossegada,
dessa dor em silêncio suportada
verás surgir a joia –Mansidão!
 

 

CADERNO DE POESIA - II.  Santo André, SP: Clube de Poesia de S. André, 1954.   90 p.     15,5 X 22,5 cm.         Ex. bibl. Antonio Miranda.  

 

        São Paulo

S. Paulo, na data de teu centenário
teus filhos ufanos te querem render
um preito espontâneo de amor, e em sumário
cantar teus triunfos com grande prazer.

                           Estribilho

S. Paulo, te nome bem alto ressoa;
S. Paulo, tua vida é fecunda lição;
Se és terra de frio, de névoa e de garoa,
rebrilhas no entanto, na Federação.

S. Paulo, teu nome tem lustre na história
da pátria querida que é nosso Brasil.
Os teus bandeirantes trouxeram-lhe a glória,
seu solo estendendo por léguas a mil.

Tesouros lhe deram os teus bandeirantes,
e impulso imprimiram à marcha, também,
teus filhos briosos, ousados, pujantes,
que elevam teu nome nas terras do além.

As tuas cidades são centros vivazes
de indústria e trabalho e progresso febril
— impulso de seiva sadia que fazes
fluir nas artérias de nosso Brasil.

Mas, hoje, S. Paulo, que tu comemoras
a data feliz da feliz fundação,
queremos lembrar-te nas ondas sonoras
que deves teu nome ao apóstolo cristão.

E certo por isto, o melhor de teus traços,
o traço que aos mais sobrepuja em valor,
está na nobreza de abrires os braços
e dares apoio a qualquer sofredor.


Enlevo materno

Qual um floco de espuma, era, ó filha
em teu pequeno berço cor de neve.
E assim tão frágil, pequenina e leve
me eras do mundo a grande maravilha.

No sorriso a aflorar-te à boca breve,
— róseo botão em pálida escumilha —
no candor que em teus olhos, puro, brilha,
vejo o ideal que a pena não descreve.

E no enlevo de mãe que me embevece,
minha alma agradecida, numa prece,
ante o trono de Deus prestar-se vai.

E no enlevo de mãe que me embevece,
melhor percebo, ou antes, eu pressinto
toda a extensão de Seu amor de Pai.


Rastos luminosos

Caminheiro tenaz, que o cimo da montanha,
sereno te propões resoluto atingir,
não te importe o perigo, a canseira tamanha
que os teus passos retarda ou procura impedir.

Nesta luz sideral fita os olhos e banha,
a tua alma viril que se arroja ao porvir.
Tão gloriosa visão cria, às vezes, estranha,
sedução de galgar, e voos desferir.

Se o espinho te fere e a pedra estorva os passos,
se o vento te fustiga e o sol te queima os traços,
contempla, pela fé, o termo da ascensão.

Qual Moisés no monte, olha os campos gloriosos
e da encosta no trilho, os rastos luminosos
legando aos que hão de vir fecunda inspiração.



 *

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Página ampliada e republicada em novembro de 2022

 

 

 

Página publicada em março de 2019


 

 

 
 
 
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