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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: https://www.recantodasletras.com.br/

 

 

Ilona Bastos nasceu em 1959, na cidade de S. Paulo, Brasil.

Frequentou o Curso de Formação de Professores da primeira à quarta série do primeiro grau, no Rio de Janeiro.

Licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa em 1983.

Exerce advocacia em Lisboa.

Escreve poesia, contos, crónicas e histórias infantis.

Biografia em:  http://www.ilonabastos.webhs.pt/

 

 

REFLEXOS


Nas poças de chuva que a rua enfeitam
há um milhão de coisas:
um alto edifício com um velho à janela,
um ramo frondoso com suas mil folhas,
dois pombos cinzentos em encontro amoroso,
um vaso de flores que a senhora observa,
as nuvens bojudas, percorrendo o céu
e a folha dourada que o plátano larga,
que vem a voar, flutua e poisa
serena, confusa, no mar...

E, então, se te chegas mais perto,
estendendo a mão para o barco alcançar,
é o mundo que eu vejo na poça de água,
magnífico, fascinante, reflexo vibrante
do teu puro olhar.

 

 

 

 

 

O TEMPO



Quando voltará o tempo
a estender-se a nossos pés
como uma planície verdejante?

Que saudades das tardes imensas,
infinitas, em que brincávamos,
corríamos, descansávamos
e líamos, horas a fio,
esses romances que nos enchiam a alma
e que em nós se tornaram!

Durmo demais ou de menos?
Sou lenta ou, antes,
apressada em demasia?
Manhãs e tardes esfumam-se
na voragem do dia-a-dia…

Nervosamente antecipo o pôr-do-sol,
enquanto percorro este labirinto
feito de momentos compartimentados,
intercalados por corredores
apinhados de ânsias e temores,
que são o meu tempo de hoje.

Sonho com o regresso do tempo infindo,
em que o corpo voltará a correr livre,
como criança, e o espírito, ousado,
voará mais alto do que nunca!

Tanto desejo esse tempo!
Tanto planeio criar
nessa planície verdejante!

Caiam paredes!
Dilate-se o espaço!
Germinem sementes!
Estenda-se a nossos pés
a imensidão do tempo!

 

 

 

 

O RITUAL DO CAFÉ

 

 

Estampa-se o sol em delicados raios

Sobre o mármore branco e liso da cozinha.

Suavemente me debruço e uma porta abro,
colho a chávena fina e o florido prato.

 

Ergo o meu braço e num voo livre,
No gesto de um armário desvendar,
Colho o nobre pó de inebriante aroma.

 

(...)

 

Tudo coloco em ordem e harmonia:
prato tranquilo e a expectante chávena,
Nesta, o torrado grão moído, de castanho intenso.

 

No açúcar rico, centro o meu cuidado,
A montanha branca transportando, pura,
Em bojuda prata que doce se inclina.

 

E luzem cristais em cascata linda!

 

Depois, a água borbulhante, quente
A mistura inunda, dissolvendo-a
Em espirais de espuma que a colher adorna.

 

Café! Café! Precioso encanto!

Em dégagé devant te cumprimento,

Os meus braços lanço em acolhimento grato.

 

Da janela aberta me acerco então.

 

Tão bela é a vista que o Outono pinta no jardim!
Castanho da terra e verde das plantas unem-se
A água que brilha em bebedouro antigo.

 

Aspiro, feliz, da manhã tranquila, o seu odor

Aquente café e à relva orvalhada.

Olho o céu e sorvo um gole, outro e outro.

 

E assim me quedo, por instantes longos.

Entre o prazer forte do café e a doçura da manhã

Mais um dia de vida se inicia!

 

 

 

 

Página publicada em março de 2020


 

 

 
 
 
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