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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


HELENA ARMOND

Poeta, artista plástica, autora de quase duas dezenas de livros de poesia e outras manifestações artísticas. Nasceu em Muzambinho MG e reside em São Paulo, onde apresentava-se em salões e galerias de artes e depois na arte conceitual e em instalações. Sitio: http://www.lunaeamigos.com.br/helena/helena.htm 

Helena Armond
CANTOCHÃO
São Paulo: Escrituras, 2005.  80 p.
ilus. capa dura tecido
ISBN  85-7531-169-7

 

olhando as frestas e saber

 

de um sol feito de retas

das cascatas

verdes-cais

aparando as seivas

sem dilacerar as cascas

saber dos

rios

vizinhos que vibram

e não respiram

olhar espelhos de asfalto

entre buracos

em que se tropeça

e...

ter a face iluminada

ao cantochão dos raios e trovões

sem vício saber num vinho

o espírito desperto

e

do santo dai-me!

emaranhados cipós

curvas

em amarrilhos

 arte pura

de um

Deus

orgânico-geométrico

numérico...

e mais que mais

saber do incomensurável risco

de

confundir a paz...

com tédio. 

 

 

HELENA ARMOND

De
FALO DE FOGO
São Paulo: Escrituras,  2001.
 

quando
falo
de
fogo
verbo
se faz
forma
quando falo
do
fogo
da
forja
ligas
dar
à luz
e lume
fogo
e gozo
encandessência
se
falo
de
fogo

 

*

exorcizo a fogo
desestruturado corpo
em arcos moles
amontoados em justas
posições impostas...
acenderei o álcool
de seu sopro (ou bafo)
à queima dessa letargia
nesse marginal
inerte por anestesia

*

círculo vicioso
meus retornos
tal qual a lua
em aura alva
de fogo frio
barroca opala
em seu retorno
circular e vicioso

 

*

 

Eva inveja
fênix
em ressurreições
eternas
sabendo-se
trave a treva
da mortalidade

*

grafito...
revisto grafos
grifos sem rabiscos
e... retrato um(a) cara
grave fixo
sob re-posições de verniz
num papel de gramatura
forte
esse mito que me fita
preso a cada traço
que grafito

 

*

atéia
a deuses das paixões
observo o trânsito
das santas que pisam brasas
(buscando chamas)
mas em riscos de im(ex)plosões
nesse marco (falo da nova era
de clonados falos)
e... de joanas d´arcos
de resinas plásticos

 

*

num fogo
ad náusea
queimo proposições
em decomposições
das palavras

 

*

Entre atalhos internéticos
excêntricos estranhos
em interrogatórios
de repente desabam
disconexos
sangrando azul escuro
e azul anil nos cabelos
que o vento enovela
em grampos de tanta fala
de virtuais........falo(s)........

 

*

o fogo
domina
atiçado
por sopros
concebe
a chama
e anima
o feto...
a fala ilumina
e termina
em sopro
e fósforo...
a fogos fátuos
fogossos
no fosso..
são
fósseis

 

De
Helena Armond.
Água Forte
São Paulo:  Escrituras Editora. 1998


 Artista plástica e poeta,
escultora, pesquisadora. Autora de livros de arte, de qualidade. Um deles é justamente Água Forte, onde ela consegue a perfeita relação entre imagem e texto.
Como ainda não obtivemos autorização, fazemos apenas o registro bibliográfico da obra e adiantamos, a guisa de divulgação da obra, apenas reproduzimos a capa e dois textos esparsos. Mas vale a pena conhecer o original e apreciar a excelência das ilustrações.

 

 

Água     forte    cobre
entre    cortes    corrosão
ao  mar  imprimo  dobras
marca  d´água  na  areia
enquanto  aquarelo  marinhas
ou  navego  azul  se  escrevo
uso  a  linha  do  horizonte
em  ácida  composição
de  onde  trago  águas-vivas
a  quem  não  pode  ter
visão  que  do  mar  precisa.

 

*

Esse  mar  de  Cabo  Verde
crepe  tão  verde  quanto
e  único  verde  marinho
me  permite  fixar
nas  ondulações  o  endereço
o  caminho  e  o  navegar
talvez  num  céu  pelo  avesso.

 

ARMOND, Helena. Travessuras. Ilustrações e capa de Eros Lagrota. São Paulo: Comp.  Melhoramentos, 1990.    48 p.   (Série Arte e Forma)  ilus.  16 x 23 cm.   Ex. bibl. Antonio Miranda





 

  

        

                   Se existe o olho azul
o preto    o verde   o canela
olho de jabuticaba
o cinza    o da cor das serras
o aço   o laranja    o mel
o claro   o escuro   o terra
deverá haver certeza
a diferença   "no ver"!

  

 

             ... e com este segmento
de pontos que se advinha
vamos desenrolar
de mil maneiras    as linhas

linhas retas    linhas calmas

 

 

                Inclinadas     movimento
parece que foram levadas
a se inclinar pelo vento
ou por um "toque " maroto
de um curioso garoto...

  

 

                     Curta como quiser
mas o artista "pensou"
em papão de homem e mulher...

  

 

 *

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Página ampliada em agosto de 2021

 

Página publicada em fevereiro de 2009; ampliada e republicada em junho 2010.

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