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GISELE WOLKOFF
nasceu em São Paulo. Em 1990, venceu o Prêmio Castro Alves de Poesia, Salvador, Bahia. Em 1998, o Prêmio Machado de Assis e em 2009, o Prêmio Ascese de Poesia, São Paulo, tendo publicado na Revista da Oficina de Poesia do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, onde pesquisa, financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia de Portugal.
ANTOLOGIA LITERÁRIA CIDADE - VOLUME VII: verso e prosa. Belém: Org. Abilio Pacheco & Deurilene Sousa. Belém: L & A Editores, 2012. 96 p. ISBN 978-85-89377-17-1 Ex. bibl. Antonio Miranda
Catidiana( mente)
porque os outros se revestem mas não tu
retorno
o sol
os braços
talvez a própria vida
seja isso:
estrelas
– um dia, em espirais suaves.
P a r a n o i a
angústia da gente
sempre à margem
dos milagres selvagens
leio-te: tu, na minha crueza
eu, na tua vaidade
inerte
de existência.
P r e s e n ç a
Um dia pressenti teus passos - estrela -suspiros
talvez a própria noite
antecipando o tempo
as mãos,
a lua -
regresso
de mim a ti
que nunca
de nós,
sucesso...
TEXT IN ENGLISH - TEXTO EM PORTUGUÊS
NEW BRAZILIAN POEMS. A bilingual anthology after Elizabeth Bishop. Translated & edited by Abhay K.. Preface by J. Sadlíer. Rio de Janeiro: Ibis Libris, 2019. 128 p. 16 x 23 cm.
ISBN 978-85-7823-326-6 n. 09 705 Includes 60 poets in Portuguese and English Ex. bibl. Antonio Miranda
Home
To inhabit a language
is to fill with houses
and between its walls
full of mystery
breathe without/in despair.
To inhabit a language
is to make vowels
the terminal spaces
of dry tears
and ripo the consonants
in the corners of the sinks.
To inhabit a language
is, in addition to loving,
learn to combine
the consonante to sound a vowel
and the vowel, the consonante
and, in vowel, weave plural
instant o consonante
singularly
without thinking:
respect the tiredness, in embrace,
penetrate the rest with a sickle, without hammer
admire the conforto of the possible
without losing the focus of the absurd!
To construct subterfuges in symphony,
so that, if there is a storm
let the phonems remain in scattered syllales
of joy...
Lar
Habitar uma língua
é preenche-la de casas
e entre os seus muros
cheios de mistério
respirar (s)em desespero.
Habitar uma língua
é fazer das vogais
os espaços terminais
das lágrimas secas
e rasgar as consoantes
nos cantos das pias.
Habitar uma língua
é, para além de amar,
aprender a combinar
a consoante a soar vogal
e a voga, a consoante
e, em vogal, tecer plural
instante de consoante
singular-mente
sem pensar:
respeitar o cansaço, em abraço,
penetrar o descaso em foice, sem martelo
admirar o consolo possível
sem perder o foco do absurdo!
Construir subterfúgios em sinfonia,
para que, se houver, vendaval
fiquem os fonemas, em sílabas dispersas
de alegria...
*
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Página publicada em abril de 2022
Página publicada em maio de 2020
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