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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


GERALDO VIDIGAL



Geraldo de Camargo Vidigal, (São Paulo, 18 de novembro de 1921). Poeta, jurista, introdutor do estudo de Direito Econômico no Brasil. Membro da Academia Paulista de Letras[1], onde ocupa a cadeira de número 24 desde 1974. Ex-presidente do Instituto dos Advogados do Brasil, foi catedrático de Direito Econômico na São Francisco.

 

É membro também da Academia Lusíada de Ciências, Letras e Artes, da Academia Internacional de História e Literatura de Lisboa e da Academia Internacional de Direito e Economia, de São Paulo.

 

Livros de Poesia: Predestinação (prefácio de Mario de Andrade); Cidade Cantares de amor e solidão; A lira em 101 poemas; A lira em 111 poemas; Edital aos Poetas

 

 

 

MENSAGEM

 

Para os requintes de morte,

Para as -fanfarras de festa,

Para as tonturas de sono

— Meu verso é a voz que me resta.

 

Para servir os apátridas,

Para ecoar os profetas,

Para chamar os ausentes

— Meu verso é a voz que me resta.

 

Para cobrir as distâncias,

Para as mensagens secretas,

Para alçar-se sobre o tempo

—— Meu verso é a voz que me resta.

 

Para mim e para Glaura,

E Judas, e Madalena,

E Cham, e Cristo, e meus mortos,

Rosas de sangue e verbenas

— Meu verso de braços mortos

E' a triste voz que me resta.

 

 

PRESENÇA E PERMANÊNCIA DO LÍRIO

 

Como um lírio, do sangue e do lodo

Ressurges, inexoravelmente.

Audaz e ingenuamente te projetas

E recortas, rítmico e sereno,

Contra horizontes de vidro fosco

Tua clara silhueta indelével.

 

Liberto do espaço e do tempo,
Exterior às categorias,
? Que estranhos atributos te situam,

Te determinaram, te perpetuam.
Lírio, nítido lírio de pano rústico?

 

 

POEMA DAS MORTE SÚBITA

Defronte à Serra dos Órgãos,
Travestido em girassol,
Bebi dos olhos da amada
Um vinho de morte súbita
— Maria, a dos lábios frios
Como o peito das estátuas,
Na pontinha dos sapatos
Mandava beijos ao sol.

 

 

 

Poemas extraídos da REVISTA BRASILEIRA DE POESIA, número I, de dezembro de 1942. A revista era dirigida por Péricles Eugênio da Silva Ramos, na cidade de São Paulo.

 


REVISTA DE POESIA E CRÍTICA    No.  13 – Brasília – São Paulo – Rio  -
Setembro  1987.  Diretor  José Jezer de Oliveira.    80 p.
                                                       Ex. doação do livreiro Brito - DF
 

 RIO

 
Rio, comoção de minha vida!
 — Os olhos de Elsie no verde do mar,
 O encanto de Elsie no imprevista dos morros,
 A graça feminina de Elsie na linha sinuosa das praias,
 A firmeza de Elsie (coragem!
 Diga teimosos, Geraldo!) a firmeza   Facó  da minha Elsie  
 Nas palmeiras heráldicas do Jardim Botânico.


       POEMA DAS VAIDADES INSUPERÁVEIS

      
Meus olhos te redesenham,
       Estrela que pairas, inatingível,
       Além das órbitas.

       Bani tua imagem de mim,
       Do meu azul, das minhas rosas, da melodia,
       Da ilha perdida.

       Mas, certo dia, um vento gelado
       Virá estremecer minha vidraça,
       Abrirá céus em nuvens cinzentas;
       Então despertarei do meu silêncio,
       Soluçando sobre meus versos
       Como um réprobo sobre a prece
       Mais contrita.


       CATETOS E QUADRADOS


      
Abafei minha índole romântica
       Para a lavra letal dos dicionários.
       Cacei a Deusa dos vocabulários.
       Nos sáfaros safaris da semântica.

       De concreções e de equações da quântica
       Quis projetar tempos imaginários
       — Como se os ancestrais dos dromedários
       Pudessem renascer na mata atlântica

       Mas vida, e poesia, e amor, e sonho
       Restauram no terceto que componho,
       A emoção que abençoa e purifica;

       E abandono, na areia dos quartetos,
       O espíritos quadrado de catetos
       Que hipotenusa alguma vivifica.

 

*

Página ampliada e republicada em fevereiro de 2023

 

Página publicada em agosto de 2010. 

 

 

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