FRANCISCO MOURA CAMPOS
Natural de Botucatu,SP. Engenheiro? Pouco...ainda que a USP (São Carlos). Poeta mais. Nove livros: O Sorriso do Drama-198, Brejeiro-1985, Canção-1986, Museu de Mariana-1990, Itinerário Enternecido-1991, Arroz com Feijão-1992, Outdoor-1994, Antologia poética-1998 e Renascer-2006.
Página do autor na web: www.osorrisododrama.blogspot.com
De
Francisco Moura Campos
O SORRISO DO DRAMA
Capa de Elifas Andreato
São Paulo: Massao Ohno; Roswitha Kempf, 1980. 67 p
CACTO
Sentiu com as vísceras
O espinho deste cacto
Numa dobra intestina.
Sentir o aroma de faca
Desta flor mineral
Que insiste em resistir.
Mais: sentir a força de sentir-
se.
Cacto,
Num horizonte de chumbo.
TRINTA ANOS
Uma vida assim: quase.
Em sopros através da carne.
E por acaso.
Assim, alguns sulcos profundos em polpa amarga
Ainda que por acaso.
Assim, um menino ao relento,
Ao relento, ao relento.
IRONIA DO TEMPO
É primavera, sem dúvida.
O sol, o jardim, as flores eu vejo
Que é primavera, sem dúvida.
Mas outona em meu pomar,
E, ainda assim, eu colho
— Delícia mais do chão! —
Este frutinho temporão.
CAMPOS, Frascisco Moura. Senda florida. Imagens Lúcia Hiratsuka. São Paulo, SP: Editora Dedo de Prosa, 2012. 39 p. ilus, p&b 13,5x20.5 cm. ISBN 978-85-64333-03-1 Ex bibl. part. Salomão Sousa.
Página publicada em agosto de 2010; ampliada em janeiro de 2017.
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