FLORA FIGUEIREDO
Nasceu em Sã0 Paulo, SP, em 1951. Poeta, cronista, autora dos livros Florescência (1987), Calça de verão (1989), Amor a céu aberto (1992) e entre os mais recentes Chão de vento (2011).
FIGUEIREDO, Flora. Limão rosa. Osasco, SP: Novo Século Editora, 2009. 72 p. ISBN 978-85-7679-274-1 Ex. bibl. Antonio Miranda
Reciclagem
Das marés revoltas, faço melodias
que se reviram soltas no meu carrossel
Com noites perdidas, empino papagaios
pra afastar os raios com dedos de papel
Das pétalas caídas, faço artesanato
pra adoçar o pranto da próxima partida
Com amores cansados, preparo cobertas
ás horas desertas de um tempo passado.
Gerações
A hora passa.
Na pressa se desmancha,
tropeça
e se destroça.
Vai-se a hora nossa.
O ciclo recomeça.
Desembarque
Pousa para enlouquecer.
Quero descer para rasgar o tempo,
emperrar a máquina,
desatar a corda.
Sei que a roda não pode parar,
mas fico de fora por um momento.
Arranco as vestes e abraço o vento.
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POESIA SEMPRE Ano 13 – Número 21. 2005 Editor Luciano Trigo. . Rio de Janeiro: undação Biblioteca Nacional, 2005. 216 p.
No. 10 372 Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda
Peço explicação
Você que chega assim iluminado
dos brilhos claros da manhã de abril,
revele de onde vem a claridade,
quem é que acende as luzes da cidade,
como foi que o amor nasce e ninguém viu.
Você que traz a alma tatuada
com as tintas púrpuras da flor,
descreva esse pintor que tem as flores
e tinge de encanto a beira da calçada.
Você que alisa a ponta das estrelas
e rouba delas segredos reprimidos,
decifre para mim a volúpia dos sentidos
que derruba a terá de seu prumo
e que faz do seu desejo o meu resumo.
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Página publicada em abril de 2025.
Página publicada em agosto de 2017
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