ELLEN MARIA
ELLEN MARIA MARTINS VASCONCELLOS veio de Santos, vive em São Paulo.- É mestre pela Universidade de São Paulo (USP) na área de Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-americana. Sua área de pesquisa é literatura contemporânea latino-americana e artes audiovisuais.
- É bacharel e licenciada em Letras Português e Espanhol, pela Universidade de São Paulo (USP). Durante a graduação, fez três intercâmbios com bolsa de estudos integrais: Salamanca (Espanha, 2009), Buenos Aires (Argentina, 2010) e Guadalajara (México, 2012).
- Trabalha atualmente na área editorial no Núcleo de Idiomas da Editora FTD Educação. Responsável principalmente pela edição de objetos educacionais digitais (OEDs) de espanhol e livros didáticos digitais. Trabalha também na edição de projetos especiais e nos livros didáticos impressos (Ensino Fundamental II e Ensino Médio).
- Ainda atua como revisora e tradutora de textos freelancer (português, espanhol, inglês). Suas principais traduções são os livros Ângulo de guinada, do autor estadunidense Ben Lerner, lançado em ePub pela e-galáxia; e Minha vida é um limão, do autor argentino Agustín Arosteguy, publicado pela editora Ramalhete. Seus principais trabalhos de revisão foram para a Editora Santillana (livros didáticos impressos e digitais de espanhol).
- É autora do livro de poemas Chacharitas & gambuzinos, publicado pela Editora Patuá, em edição bilíngue - português e espanhol (2015). Tem seus poemas publicados em diversas revistas literárias digitais e impressas, e em antologias nacionais e internacionais.
. Chacharitas & gambuzinos.
VASCONCELLOS, Ellen Maria. Chacharitas & gambusinos. São Paulo: Editora Patuá, 2015. 208 p. 14x21 cm. Editor: Eduardo Lacerda. Projeto gráfico e diagramação: Leonardo Mathias. ISBN 978-85-8297-218-2 Ex. bibl. part. Antonio Miranda
Autorretrato
Pinta aquele que se vê
íntimo, nu
em simultâneo estrangeiro
onisciente, ínfimo
com direito a olhar a si
distinto
e ao mesmo tempo inteiro
Voyeur com um espelho
que fita o vivo e opaco
personagem-protagonista
fotografia de um pedestal vazio
porém adornado
Um corpo frio que se expande
e que nunca antes
houve outro igual
Finaliza a figura que o rebaixa a homem
e honra orgulhosamente
o nome
na assinatura de um poema.
Autorretrato
Pinta aquél que se ve
íntimo, desnudo
en simultâneo extranjero
omnisciente, ínfimo
con derecho a mirarse
distinto
y al mismo tiempo enterro
Voyeur con un espejo
que mira lo vivo y lo opaco
personaje-protagonista
fotografia de un pedestal vacio
pero adornado
Un cuerpo frio que se expande
y que nunca antes
hubo otro igual
Finaliza la figura que lo rebasa a hombre
y honra orgullosamente
el nombre
en la firma de un poema.
Fantasia
Fantasia
é sentir poesia
fazendo sexo.
Valentia
é sentir sexo
lendo poesia.
(para Armando Freitas Filho]
Fantasía
Fantasía
es sentir poesía
haciendo sexo.
Valentía
es sentir sexo
leyendo poesía.
(para Armando Freitas Filho]
Doador universal
A poesia quase morta
ganhou vida
na transfusão de versos
livres.
Donador universal
La poesía casi muerta
ha vuelto a la vida
en la transfusión de versos
libres.
Como dois animais
De noite:
se despem.
se roçam,
se comem, se mordem
se lambem.
De dia:
se vestem e se despedem
sem mágoas
Como dos animales
De noche:
se cazan
se rozan, se rascan
se comen, se muerden
se lamen.
De día:
se visten y se despiden
sin penas.
Último desejo:
Um pedaço de carne
um pouco de farofa
um troço de pão
um copo de cerveja
se o churrasco é um pecado
e a gula, minha pena
da linguiça mais um espeto,
vou ao inferno de barriga cheia.
Último deseo:
un pedazo de carne
un tago de vino
un trozo de pan
un sorbo de agua
si el asado es un pecado
y la gula es mi condena
del chorizo más un bocado,
voy al infierno de panza llena.
Página publicada em janeiro de 2017