ELIANA POUGY
Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), especialista em Linguagens da Arte pelo Centro Universitário Maria Antonia (CEUMA - USP) e graduada em Comunicação Social pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). É professora universitária, assessora das redes pública e privada de ensino e autora de livros didáticos e paradidáticos de Artes. Foi professora de Artes na Educação Infantil e no Ensino Fundamental.
POUGY, Eliana. Poesiaminha Nada. São Paulo: Dulcineia Catadora, 2007. 32 p. capa cartão pintado a mão. Edição artesanal. “ Eliana Pougy “. Ex. bibl. Antonio Miranda
Limite
Passamos do-ponto de\ massa informe,
desmedida,
para as conformações de género:
falo ereto e gruta
incrustada em montanha branca
fresca
cheirosa
e as palavras em murmúrio.
Constatação
Não é a palavra exposta:
ressonância.
Nem a linha entrelaçada:
renda.
O que ecoa em mim,
o que me prende,
é aquilo que excede;
a entrelinha.
Língua
A língua lânguida,
lambida.
A língua úmida,
escorrega, tesa.
Um corpo peso,
amassa.
O outro foge
e a mão, agarra,
Um corpo frágil,
o outro, ágil.
Um corpo boca,
o outro, água.
A língua:
suga.
A palavra:
muda.
Viva
Eu vivo no fio da navalha:
meu corpo é cheio de marcas.
E ele tem a manha de me derrubar.
Só que a minha cicatrização é rápida.
E isso, é apenas mais um corte.
Página publicada em fevereiro de 2015
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