Foto: https://translate.google.com.br/
DULCÍLIA HELENA SCHROEDER
Dulcília Helena Schroeder Buitoni, nasceu no dia 05 de agosto de 1947. Ingressou na ECA/USP em 1967 no curso de Jornalismo. Defendeu o Mestrado em em Letras em 1977, "O quadrado amoroso. Algumas considerações sobre a narrativa de fotonovela".
Doutorado em 1980, com o título "Mulher de papel - a representação da mulher na imprensa feminina brasileira". E a Livre-docência em 1986, com o trabalho "Texto-documentário: espaço e sentidos". Iniciou sua carreira profissional docente na ECA em 1972, como orientadora dos cursos de Pós Graduação em 1981. Em 1994, como chefe de Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA, cargo que exerceu até 1998. É membro do Núcleo de Estudos da Mulher e Relações Sociais de Gênero, Projeto da Pró Reitoria de Pesquisa (NEMGE)1, desde 1985.
Foi professora visitante na Faculdad de Ciencias de la Comunicación da Universidad Autonoma de Barcelona, Espanha, em 1993 e 2000.
Comunicação na Contemporaneidade da Faculdade Cásper Líbero, São Paulo/SP, onde coordena o Grupo de Pesquisa - Comunicação e Cultura Visual. Foi coordenadora do GP Fotografia da Intercom de 2009 a 2012; e editora da revista acadêmica Líbero, do Programa de Pós-graduação da Faculdade Cásper Líbero, de 2009 a 2012.
Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Jornalismo e Editoração. Seus temas preferenciais são: narrativa jornalística e relações texto-imagem no jornalismo impresso, jornalismo audiovisual, jornalismo digital; imagem jornalística, fotografia, documentário, cultura visual, jornalismo de revista, jornalismo cultural, jornalismo e relações sociais de gênero, jornalismo e discurso pedagógico.
Jornalista profissional trabalhou na mídia impressa, com maior atuação em revistas, principalmente na Editora Abril.
Informações e fragmentos retirados do currículo lattes.
TEMPO DE ESTRADA – 20 POEMAS DA TRANSAMAZÔNICA. Rio de Janeiro: S.D.M.T em coedição com Instituto Nacional do Livro e Grupo de Planejamento Gráfico, editores, 1972. 208 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
TRANSAMAZÔNICA
Brasil através
Atravessado
Trans-pedra
Trans-alagadiços
Trans-planícies.
O caminho transforma,
Costura um pedaço
Ao outro,
A AmazÔnia
costurada
ao nordeste.
o homem ligado
ao sul, ao leste.
O avião,
Riscando o céu,
Procurando clareiras,
já não é suficiente.
Caminho de chão
É preciso.
Terra palmilhada,
Pisada primeiro
pelo pé do índio,
do caboclo,
do sertanista.
Árvore derrubada
pela máquina,
Floresta vencida.
O homem,
Pés descalços,
O quilómetro construído
centímetro
por centímetro.
A primeira roda.
A segunda
Roda.
As muitas mortes. As muitas mortes.
As muitas doenças
Civilizadas
E não civilizadas.
Os centímetros teimosos
vão roubando
espaço à mata.
As voltas
E reviravoltas
nos sonhos dos pés
dos homens,
na realidade
nos olhos dos homens.
O encontro,
a luta,
a água,
presença onisciente,
som de chuva,
cheiro de molhado,
o rio subindo.
Mais enchente
para os fugitivos
da seca terra,
para os fugitivos
das sufocantes cidades.
Ademais,
a vida é curta,
a estrada é longa.
Coisa de não desperdiçar.
Para mais tarde
fazer
e não desfazer. A criança poder sorrir
mil quilómetros adiante. Afinal,
só faltam seiscentos
quilómetros
e seu irmãozinho
nascerá
no fim do mapa.
Pois não é assim?
Desconversando,
pensando,
as frentes
vão se abrindo.
Questão de saber
até onde vai chegar
se a vida vai dar
se o pé não vai cansar
antes do último passo.
Mato. Mata. Morte.
As sementes humanas
também perseguem
o verde,
verde planta,
a árvore que reza.
Bicho não gosta muito
de invasão.
Mas nada é obstáculo
para o homem em trânsito.
Nem mato.
Nem mata.
Nem morte.
Construção.
A selva mito.
O mito estrada
vai se alongando,
sentindo o gosto
de ser real.
De começar a trama,
a ligação,
o guaraná e a seca, o despovoado
e os formigueiros de gente.
A espalhação é preciso.
Salpicar mais cabeças,
mais pontinhos de cidades.
Dar sarampo
nas cartas geográficas.
AmazÔnia doente,
com sarampo demográfico.
Explodindo em povoados.
Não é só passagem,
É também fixação.
Verde humano.
Página publicada em novembro de 2020
|