Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nasceu em 1975. Publicou os livros de poesia: MCMXCVIII (Badaró, 1998), Descort (Hedra, 2003) e Icterofagia (Hedra, 2008). Traduziu & anotou o livro de poemas de Ezra Pound, Lustra (2011). Publicou ensaios, traduções & otras cositas neste Brasil, no México, nos EUA, no País de Gales, em Portugal & na Argentina. Blog que publica no esquema otium cum dignitate: http://odemonioamarelo.blogspot.com.br/.

 

 

VILLA, Dirceu.  O Demônio amarelo: desenhos, fotografías, manuscitos, gravura & escultura de Dirceu Villa.  São Paulo: 2014.  22 p. ilus. col. 16x23 cm.  Design gráfico: Rafael Machado.  Design gráfico: Rafael Machado. Foto de capa: Valéria Garcia. Foto da quarta capa: Fabiana Faleiros, com um agradecimento a Marcus Siqueira pela permissão de uso de trechos da partitura de Signo Sopro 12.

 

 

 

 

VILLA, Dirceu.  Transformador: poemas 1998-2013.  São Paulo: V. de Moura Mendonça – Livros, 2014. 308 p (Selo Demonio Negro) 16x23,3 cm.  ISBN 978-85-66423-15-0   Capa dura revestida de tecido.  

Inclui poemas dos livros: MCMXCVII + inéditos (1998); Poemas de Descort (2002); Poemas de  Icterofagia + inédito (2008); Poemas de Couraça (2013); Poemas não-coligidos (2008-2013)  e traduções de textos dos poetas Horácio, Ovídio, Lorenzo de Medici, Samuel Daniel,  Voltaire, Paul Verlaine, James Joyce, Jean Cocteau, Basil Bunting, John Berryman,  Joan Brossa e Thom Yorke e bibliografía de Dirceu Villa. “ Dirceu Villa “ Tiragem: 100  exs. Ex. n. 030 na bibl. Antonio Miranda.

 

TO KAAON

 

We see to KaÀóv

Decreed in the market place.

Ezra Pound

 

Queria fazer escolhas trágicas,

mas sua vida era um casuísmo;

pôs de molho as barbas

e foi morar entre os suínos.

 

Seus versos, perdidos, perdidos

totalmente, no tiroteio de "ismos",

faziam caretas, não "máscaras".

Não no corpo nem na cara, mas ferido

 

ele andava: "não me entendem",

e a fala clara enrolava em seu umbigo,

incomodava, "uma sujeira", disse o amigo:

"Tente escrever coisas que vendem".

 

Dinheiro para comida e livros baratos,

mulheres nunca, apenas ratos

lhe faziam companhia;

trocava a noite pelo dia

 

vendendo suas brochuras,

"Vocês gostam de poesia?"

seus versos: Apenas, somente...

ou, Oh, incerteza da vida!

 

Suas estrelas, sentimentais,

seu coração, alguém perfura.

Era um mascate deprimente,

mas a poesia, dizia, "pura".

 

Envoi

 

Morrerá, mesmo indeciso;

viveu só, e de improviso.

 

 

LACRE & TIMBRE

 

Enfim perfeitos,

Lacre e timbre

Eu ajeito.

 

Por sobre rios e montanhas

Bosques velhos e planícies

Eu autorizo que viagem

Vejam gente, encontrem olhos, sejam lidos.

 

 

Façam qualquer coisa que reprima o tédio

Mas evitem os idiotas que malqueiram versos.

 

E além dos prédios e fronteiras

Boas conversas ou asneiras

Imponham-se,

Que o mundo hoje é só de ecos.

 

 

A FORJA

 

neu quid igne laederet

Pervigilium Veneris

 

Líquida e metálica, com olhos de mercúrio

na correção inexplicável de passos e roupas e ar que a compõe,

o mais belo e triste animal,

          vazio de sentido.

 

Algo em meu peito ferve mais do que o aço na forja

e quer, derretido, fluir pelo molde de vazio e tristeza

do mais belo animal,

          que flutua sobre o asfalto.

 

 

O PARLAMENTO DAS ARVORES

 

A primeira árvore

apresenta seu motivo de tristeza

 

Eu procurei no cansaço

intentei

a morte no outono

minhas folhas caíram

amarelo-roídas

frágeis raízes no chão

já podres

não sustentam meu peso

 

II

 

A segunda árvore diz como lidou com essa tristeza

 

Minhas raízes

plantei-as no ar

as folhas crescem na água

crescem

em qualquer lugar

olhos brancos do inverno

me vieram buscar

eu não estava

 

 

EU ADORO

 

Todos gravitam à sua volta.

Gravitam, essa é a palavra, e você no centro do sistema.

Sob sua pele sedosa, o coração, e há um segredo nele.

A essência primordial de suas fibras, onde surge todo calor:

O que o manteria para sempre, e a luz que você projeta?

Não sabemos, e esse é o significado de adorar.

 

 

 

BICICLETAS

 

E claro que você desconfia da simplicidade

tudo o que você teve sempre foi muito difícil

 

Mas eu proponho o seguinte:

 

Dê uma olhada no sujeito que começa a andar de bicicleta e depois dê uma olhada

no garoto que sempre andou de bicicleta

 

 

aula magna na escola

superior de política

 

siglas ordinárias ternos tamanho único

barrigas inflam o perfil magro dos candidatos

barrigas que mal cabem no conceito de camisa e vazam

como a fétida gordura dos tanques nos curtumes

 

ajudaria saber ao menos
que obedecem a uma fatalidade estilística

flatulência mental

e asininos como lúcio apuleio

num milagre orelhas longas patas cauda surgiriam

 

discutem ninharias fingindo convicção

pavorosos bonecos de ventríloquo

falam com línguas de pano puído

atrás do palanque uma enorme

mão enfiada fundo em seus traseiros

 

move mesmo a ponta de seus dedos

tripas de embutidos de papel moeda

da república cega com louros líricos na testa

já ouvi falar em ideologia e vomitei

 

mas qual era mesmo a sua dúvida sobre isso?

 

 

 

desfaz de dentro

 

o cimento da ternura não compõe

com a vida, com a fluida essência

de sua forma.

           matéria dura, ternura, impõe

sua aposta impiedosa, a duração: sua presença

inescapável, sem contorno,

nos deforma.

           que se nos dá mais do que dor

           ainda nos desfaz de dentro, tormento,

gota a gota,

de permanência, onde tudo o mais

           se esgota.

 


Os poetas Antonio Miranda e Dirceu Villa no Hussardos Clube Literario, em São Paulo 18/08/2014

 

O PRISMA DE MUITAS CORES. Poesia de Amor portuguesa e brasileira.    Organização Victor Oliveira Mateus. Prefácio  Antônio Carlos Cortes.  Capa Julio Cunha.  Fafe: Amarante: Labirinto, 2010  207 p.      Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

Lyra aragonesa: refram de Abril

 

                      Pero mi fez e faz Amor mal

Martim Moya

 

Não amor não pode
mal fazer
nenhum;
ou torna o senhor escravo,
escolhe em mil a mais

gentil
e colhe a dor do cravo no amargo
mês de Abril?

 

[Se então tal mal me vem
eu, sábio,
o torno logo em bem:
tolice é ter em sol tão certo
deserto só
& desolação;
e se esse é o preço

que pago,
bem pouco parece:
um pequeno estrago

no brio
que bem o merece.]

 

Pois tal fervor demove o frio,
e traz ardor à alma;
e então a flecha
erra acalma
e põe o peito em guerra:
torna o senhor
escravo,
o gentil prazer des
terra.
o estio já desfalece,
é um pássaro sem
pio
no amargo mês
de abril.

 

 

 

VEJA e LEIA outros poetas de SÃO PAULO em nosso Portal:

 

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/sao_paulo/sao_paulo.html

 

 

Página publicada em agosto de 2014;

Página publicada em janeiro de 2021


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar