DANILO MONTEIRO
Nasceu em São Paulo, em 1974. Participa da criação da revista Azougue e atua na revista Showbizz. Músico e compositor, gravou o solo Lua de 50 centavos (2000).Trabalha com o grupo Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes, São Paulo.
Blog do autor: http://danilomonteiro.zip.net/
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adoeço de certas palavras. certos nomes
me puxam pelas pernas e
me estapeiam doutoralmente.
anoiteço em certas impressões. incertezas
vorazes, pornografia da medula,
vomita-se poeira.
agulha e libélula. desvão
e chico. galeria e capela.
todo um céu entre-imaginado/entrevisto
através do limo e das águas turvas. |
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quando eu era a vítima
de um Guilherme Téo desastrado
I
Que hoje outro nome tem a chuva:
saliva.
Que cai me desmanchando,
oh por favor preciso,
que vai me desmanchando.
Que haja outro nome para o amor:
dentes.
Meu despedaçamento,
oh por favor é justo,
meu despedaçamento.
Ibidem
II
Que o amor tem um vigia voluntarioso,
regendo os telefones e as nuvens.
Nero, meu imperador, tem um secretário veloz
que instila a dor para que eu ande por entre as chamas
e não permaneça
com o resplendor do desalento sobre a cabeça,
com a mãe de Cristo
Quando eu era a vítima dum Guilherme Téo desastrado
e subia ladeiras com uma flecha atravessada
nas têmporas,
quando meu crânio uma maçã que ofereci às formigas,
quando as primeiras gotas de chuva
(saliva)
chegaram.
Ibidem
DIMENSÃO. Revista Internacional de Poesia. Ano XV. No. 24. Editor Guido Bilharino, Uberaba, MG: 1995. 150 p.
Ex. biblioteca de Antonio Miranda
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Página publicada em junho de 2024
Página publicada em dezembro de 2009 |