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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CREUSA CAVALCANTI FRANÇA

 

 

ENCONTRO 55 (Coletânea de Poetas da Associação de Cultura Luso-Brasileira).  Seleção e introdução de MÁRCIO ALMEIDA. Capa e ilustrações de CEZAR GUEDES.  Juiz de Fora, MG: Associação de Cultura Luso-Brasileira, 1980.  204 p.   14 x 21 cm.  Ex. bibl. Antonio Miranda.

 

Reúne 25 anos de atividade da ACLB e ressalta a renovação que estava acontecendo com a poesia de Minas Gerais em particular e do Brasil em geral.

Aqui vamos divulgar alguns poetas que ainda não figuram no nosso Portal de Poesia — no momento já incluímos mais de 7.000, mais da metade de brasileiros. E edição reitera a questão dos “Direitos autorais reservados”, mas esperamos contar com a aprovação de nossa iniciativa de divulgar alguns poetas da coletânea, 40 anos depois da edição (de 1980).

Como o livro “Encontro 5” inclui vários poemas de cada poeta, aqui apresentamos apenas 3 ou 4 de cada um, dependendo da extensão dos textos. Os interessados poderão continuar a leitura no volume original, certamente disponível em algumas bibliotecas e livrarias, inclusive sebos, se estiver interessado (e com sorte!)

 

 

               L I B E R T A Ç Ã O

 

Estático o corpo
Liberto
das peias da sístole
das peias da diástole

      Marmóreo
na impassível postura

Inerte agora
das existências contingências
do escárnio alheio
do escrúpulo hipócrita

Liberto agora
do compromisso estético
da sensualidade banal
do instinto que procria

Liberto agora
dos anseios ilimitados
do sentimento de culpa
do amor que o escravizara

Libero em plenitude
da esperança florescida.




D O C E S    T E I A S

No desfolhar das horas
Tua imagem-silhueta-pássaro
Sobrepaira meu destino.
Débeis palavras vestem ideias
Perdidas no oceano do pensamento:

Gotejam símbolos-enigmas
Na retorta-imaginação.

Meu espírito gerou cisternas indevassáveis
Onde o egoísmo te guardou.

Convivo com teu extrato-presença>
Quero-te assim nessa abstração-matéria
Num instante-rememoração.
Ah! E se fugiram as doces teias
Onde se embalam minhas ilusões?



A R A B E S C O S

Nos sonhos os êxtases
E as vigílias-esperanças
Noturnas fantasias
Limitadas pelos anteparos dos dias.

A dor triturada na moenda-agonia
Libera suor-sofrimento.

Felicidade
Em horas singulares
É banquete mitigando
Ânsias de ilusão.

Tem brilho o sorriso da criança.

E o tempo atroz
Deforma a face pura
Deixando
No semblante
A imagem macerada
Da velhice.

 

 

 

 

        A N S E I O S

 

       No silêncio
Da semente
Segredos
Do florescer

Quero
Sorver mistérios
Do verde universal.
Penetrar quietude
— amplidão azul

Haurir felicidade
No conformismo
Da pobreza
Que sente na esperança
O gosto de viver.


      

 

Página publicada em janeiro de 2020

        

 

      

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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