Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto no Museu Cornélio Pires – Tietê, Estado de São Paulo

 

CORNÉLIO PIRES

 

 

(Tietê, 13 de julho de 1884 — São Paulo, 17 de fevereiro de 1958) foi um jornalista, escritor, folclorista, Empresário e [Ativista Cultural] brasileiro.

Foi um importante etnógrafo da cultura caipira e do dialeto caipira.

 

Casa onde nasceu Cornelio Pires, em Tietê, SP. 

TEXTOS EM PORTUGUÊS  -   TEXTOS EM ESPAÑOL

 

A Origem do Homem”:

 

 

— O senhor por acaso não descende

dos bugres que moravam por aqui?

— Hom'eu num sei dizê, vancê compreende

que essa gente inté hoje nunca vi.

 

Mais porém o Bernado dis-que intende

que os moradô antigo do Brasi

gerava de macaco!... Inté me offende

vê um véio cumo elle, ansim, minti.

 

D'otra feita um cabocro - ai um caiçára -

dis-que nasci um de dois e inté de treis,

quano estralava um gommo de taquara!

 

Nois num temo parente purtugueis,

nem mico, nem cuaty, nem capivára...

Semo fio de Deus cumo vanceis!

 
 

 

PIRES, Cornelio.  Selecta caipira.  São Paulo, SP: Irmãos Ferraz, s. d. [aprox. 1930]  156 p.  12,5x16 cm. Ex. encadernado.  “ Cornelio Pires “  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

IDEAL DE CABOCLO

 

Ai, seu moço, eu só quiria

p'ra minha felicidade,

um bão fandango por dia,

e um pala de qualidade.

 

Pórva, espingarda e cutia,

um facão fala-verdade,

e úa viola de hàrmunia

p'ra chora minha sódade.

 

Um rancho na bera d'agua,

vára-de-anzó, poça magua,

pinga boa e bão café. . .

 

Fumo forte de sobejo...

P'ra compretá meu desejo,

cavallo bão — e muié...

 

 

PROSA FIADA

 

          —Fio de porco é leitão!

Fio de bode é cabrito!

Festa no sitio é funcção!

Berro de gente 'sque é grito!

 

          Cavallero cuéra é pião!

Broto de coco é parmito!

Gordura podre é sabão!

Santo preto é Benedicto!

 

          Assim gritava num truque,

o Jeca do Chico Rosa,

na festa, ao som do batuque...

 

Olha-o de lado o Barboza

e diz sem mostrar o muque: —

—Que cabocrinho mais prosa!

 

 

SITIO DO CABOCLO

 

          Pouco distante da aguada,

no chapadão que além vira,

uma casinha barreada,

de uma, família caipira.

 

          A cerca, de pau-a-pique,

logo ao chegar se depara;

ao quadro dá um quê de chic

uma porteira de vara.

 

          No oitão da casa um poleiro,

e um leitãosinho a fuçar...

e num canto do terreiro,

uma pedra de afiar.

 

          Do telhado sob as beiras,

o córrego de enxurradas,

formado pelas goteiras,

no, tempo das chuvaradas,

 

          Num cocho perto da porta,

come milho um punga baio,

e um homem taquaras corta

para fazer um balaio.

 

          E um caboclinho indolente,

que baixinho cantarola,

recostado no batente

vai penteando a viola,.

 

          Abobreiras no cercado...

vagarosa uma caipira,

tendo a peneira de um lado,

vai colhendo cambuquira.

 

 

O TRUCO

DESAFIO

 

I

 

          Cheguei agora, moçada;

já escoí meu cumpanhêro:

quem é bão nua trucada

rebusque quarqué parcêro!

 

          Mexa-mexa, cabocrada,
que eu num respeito truquêro:

jogo a déstão a parada;

to misturano o dinhêro!

 

          —E' cum nóis, Jucá Morêra.

—Traga as carta, nho Jusé,

quero lê essa porquêra.

 

          —Levante, Chico Macié:

destranque o banco, tranquêra,

vô mostra: num só quarqué.

 

 

O JOGO

 

II

 

          —Tire a sorte. — Dê vancê.

—Serre o baraio, Tónico.

—Dexe p'ro pé! — Bamo vê?

Truco in riba desse bico!

 

          —Tome seis p'ra arrependê...

—E' nove, barba de mico!

—Feição de chico-lêrê...

Tome doze, nho Totico!

 

          —Aguenta firme, papudo!

—Jogue: meu treis num se arreda!

—Conhece este? — E' o bebe tudo...

 

..................................................

 

—Cabocro bão num se azeda:

bamo otra, véio barbudo,

dos pinto é a primêra quéda.

 

 

Caipira Picando Fumo - Almeida Junior (1893)

TEXTOS EN ESPAÑOL

 

 

CORNELIO PIRES

 

 

 N. en Tietê, Estado de San Pablo, en 1884. Poeta bohemio, de gran corazón, perfecto conocedor de la vida y de la socología rurales que dan temas inagotables para sus bellas poesias; alegre y feliz, holgazán y despreocupado. vive de su arte dando conferencias humoristicas con gran éxito en todo el Brasil.

 

Obra poética: Musa Caipira. - O Monturo. - En Scenas e Paizagens  da minha Terra, 1921, están reedltados los dos libros anteriores.

 

 

 

 

CONFESION

 

Si tú supieras cuanto yo te estimo ...

La caipirita, lánguida y confusa,

roja al oir la confesión del primo,

el bobo muerde a la encarnada blusa,

   bajos los ojos en velado arrimo,

sin decir si lo acepta o lo rehusa.

Y, humilde ante su bien, su dulce mimo,

cabizbajo el rapaz los brazos cruza.

   Despídese despus, feliz y riente,

porque entre el pueblo alegre, en la floresta,

es costumbre: quien calla es que consiente.

 

   Hablan los ojos en silencio; y resta

solo hallar de padrino algún pariente,

y soñar las arreglos de la fiesta.

 

 

 

                 EL PASTO

 

De la ventana del cuarto

diviso el pasto frontero

y el barranco eh que un lagarto

se calienta al sol de enero.

 

Veo arriba: ganado harto,

un desgajado piñero,

y del paisaje yo aparto

la higuera y el cocotero.

 

El sol ya va declinando

y las sombras alargando.         

Oigo crujir la molienda,

 

Y buscando la tranquera

subiendo por la ribera,

marcha el ganado a la hacienda.

 

 

 

Página publicada em dezembro de 2011; ampliada e republicada em setembro de 2014.

 

 


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar