CÉLIA IGEL TEITELBAUM
Filha de judeus poloneses, confessa: “adquiri desde pequena não só a cultura judaica como a Cultura Universal, dado que meus avós eram altamente ligados ao intelecto.” Estudou desenho em Hamburgo, na Alemanha, e fez exposições na Europa e no Brasil.
“Os poemas de Teitelbaum correm na mesma linha destes aqui apresentados: refletem a poesia da essência, o lírico da filosofia, o não-tangente da visão.”
Dra. Regina Igel, da University of Maryland, USA, onde foram publicados anteriormente os poemas da autora.
“Sua expressão oscila entre a retórica do silogismo, tentando captar as sutilezas do ser oprimido pelas aparências, e a função simbólica dos signos, jogo de aproximação da verdade poética.” Fábio Lucas
Obra poética: Passagem – Paisagem. São Paulo:: Massao Ohno Editor, 1983
Ilustrada por Barbara Schmal.
ETERNO E O SEMPRE
Vi um passarinho lilás que de frio
se tornou roxo.
Vi um passarinho que de tristeza
se tornou branco.
Vi um passarinho morto
Eterna e ternamente morto?
ARRUMAR
Nada perdura
Tudo subexiste.
Ajeitar alguma coisa tema a umidade do que fenece.
Ajeitar é saber que é só agora.
Arrumar tem a presunção de ser para o sempre.
A LIBERDADE OU O DESEJO DELA
A dor que sinto não busca o desejo da dor?
A felicidade me incomoda.
Toca-me numa liberdade a mim ameaçadora.
Sinto que sofrer é como se me isentasse.
Página publicada em outubro de 2009
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