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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

BRUNO PRADO

 

Bruno Prado Lopes é poeta. Nasceu em São Paulo (SP), em 1981. Autor do livro de poesia Fraturas (Selo Orpheu – Ed. Multifoco - 2010), com participação em antologias, como: Poesia Sempre (Biblioteca Nacional – 2010), O Conto Brasileiro Hoje (RG Editores – 2005).

Participou, como poeta convidado, da exposição “Mesmo nos momentos mais silenciosos” do Fotógrafo Gabriel Felsberg (São Paulo, MuBE, 2012), também publicou em periódicos e revistas eletrônicas, no Brasil e em Portugal.

 

 

POESIA SEMPRE –No. 32 – Ano 16 – 2009. Poesia contemporânea do Irã.  Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2009.  Editor: Marco Lucchesi.  Capa: Rita Soliéri Brandti. ISSN 9770104062006. Ex. bibl. Antonio Miranda.

 

Extinção

 

 

 

Não busques

 

No sopro

Que lês ao vento

 

Algum semblante de sombra...

 

Teu átimo —
Estranho testemunho;

 

Escava ao abismal
Terror —

 

0 choque: galhos —
Palavras em fratura...

 

Não busques nada
Esquecimento

 

— A sebe seca
A emudecer

 

A fala —

Cravejada de espinhos. 

 

 

 

Naufrágio

 

 

Anoitece...

 

Deslizar tua mão
Sobre o silêncio:

 

Palor —

A despedida.

 

Enumeram-se,
Lâminas: —

 

Uma tulipa
Feita de água.

 

 

 

Tempo

 

 

Entre o desejo — tambor do rito
E o mundo: o mais ardente riso..

 

Ofereço as pálpebras de fogo —
A palavra — ávido tormento;

 

0 átimo — suspiro inolvidável,
E toda a fúria — o meu silêncio.

 

 

 

LOPES, Bruno Prado.   Não o silêncio que passaSão Paulo: Laranja Original, 2017.           127 p.   (Coleção Portas Essenciais, 5)  ISBN 978-85-92875-14-5       Tiragem: 300
Ex. na bibl. Antonio Miranda enviado gentilmente pelo autor.

 

Sua expressão poética, concisa e
fragmentada, transita entre a superfície e
a profundidade, articulando os sintomas
e dilemas do contemporâneo. O corpo
as percepções e transgressões desse
estar-no-mundo estão reunidos neste livro.”
 

            * 

Não é o silêncio quem passa,
irremediável

à força dos homens —

não ultrapassa o corpo, a carne,
a nuca — as pálpebras cerradas...

súbito, não perpassa o cio,
o estio, a torrente...

depressa, cruza-se o tempo,
sem que o fogo se desfaça

 

       **

 

 

E agora,
o que se impõe ao tempo?

nenhuma atenção
precedeu ao suscetível cravar dos dedos,
nenhum movimento mítico,
nenhuma pílula,
nenhures —

(schuld)

a culpa,
dívida duvidosa,

brusca; usurária —

crível é caminhar
sobre as brutas lascas do carvão inda
em brasa;

e sem nenhuma fé que se imponha
permanece o pensamento, lento,
a confundir-se
sorrateiro, com o silêncio      

 

       ***


A predição:
uma ferida aberta

dito de outro modo,
um corte exangue —
arúspice de si,

o silêncio como a palavra
nas mãos recobertas de sangue;

o fígado como um espelho —

“observar-se nas entranha”

¿e o que se fizera de si?

inscrito no pretérito
dessa estranha procissão

 

            ****

 

 

A noite por inteira,
perfazê-la com os olhos

como se possível fosse percorrê-la
e na manhã fazer morada —

uma angústia branda
a abrir a página
branca sob a escrita

um sobrespaço no tempo:

o silêncio que se abre na memória
e desfere a pedra do medo

esta linguagem pétrea,

que abarca no vento
a finitude da palavra

 

 

       *****

 

 

 

Alinhando as palavras...

 

nos cadernos já não restam páginas vazias;
rabiscos e frases regressas de outros tempos

a magreza de tantas folhas perdidas
como tanto do mesmo pensamento —

o mutismo insistente desse tema
e permanece esquecido —

o murmurar do não-dito
(nem próximo ou distante)

sem enunciado,
sem verso,
sem autor

a raiz do tema — dizia-se incessante:
“o mais belo dos poemas”

e perdurava a mesma frase,
como uma espécie de mantra
sobre tais versos perdidos

 

 

 

******


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 Página publicada em março de 2021

 

Página publicada em julho de 2019


 

 

 
 
 
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