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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

BRUNO MOLINERO

 

Bruno Molinero, autor do livro de poemas Alarido, estudou na Escola de Comunicações e Artes da USP, na Escuela Internacional de Cine y Televisión (Cuba) e na Universitat de les Illes Balears (Espanha). Jornalista, escreve para a Folha de S.Paulo desde 2010. Foi vencedor do prêmio Jovem Jornalista, do Instituto Vladimir Herzog, finalista do prêmio Nascente, da USP, e indicado ao Prêmio Folha. Em 2012, representou o Brasil no World Event Young Artist, na Inglaterra. 

 

MOLINERO, BrunoAlarido.   São Paulo: Editora Patuá, 2015.   94  p. (Coleção Patuscada, 2, vIII)   14x21 cm.   Editor: Eduardo Lacerda.  Ilustraão, diagaramação: Leonardo Mathias.   ISBN  978-85-8297-246-5   Tiragem: 1500 exs, com o apoio do ProAC – Programa de Ação Cultural de Estado de São Paulo.  Ex. bibl. part. Antonio Miranda. 

 

benito, 87, acende uma vela 

 

 

pensam que não percebo o cochicho pelas costas, mari

 

besteira

eu mesmo fechei a gaveta do cemitério, lembra?

 

falam que não aceito bem a sua morte

só porque seu perfume virou álcool na prateleira

os bombons apodreceram nas embalagens

e o xampu para cabelos tingidos

há anos venceu no banheiro de cima

 

querem jogar tudo fora

                     mas mal sabem eles

                     que você nunca vai deixar
sempre odiou quando mexiam nas suas coisas

                     era só alguém abrir o armário do quartinho

                     e seus olhos logo chiavam

                     feito cebolas nas panelas de domingo

imagine se vai autorizar que
todos os casacos
livros guardados em saquinhos
crochés em moldura dourada
fitas vhs com aulas de ioga
o álbum da viagem à espanha
a coleção de batons

                     é o que chamam de tralha

                     acredita?
sejam descartados
em sacos de lixo preto

deus me livre

não quero que puxe meu pé à noite

 

 

 

 

rachel, 19, selfie

 

alô, mãe?

estou bem, fique tranquila
saí antes de ele chegar

 

*

 

que barulho é esse? tiro?

 

*

 

reféns

alguns amigos meus

revólver apontado para a cabeça

 

*

 

não sei

parece que a polícia está negociando
ele não quer soltar os alunos

 

um prazer falar com você ao vivo, datena

queria aproveitar e mandar um beijo pra a minha mãe

ela não perde um programa

 

*

 

um horror, né?

ainda mais em uma universidade...
onde este país vai parar?

 

*

 

o senhor pode tirar uma foto minha?

 

*

 

e agora? é tiro?

 

*

 

espero que o wi-fi ainda esteja funcionando
apesar de toda a confusão

 

queria postar no meu perfil

 

 

 

 

Página publicada em janeiro de 2017


 
 
 
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