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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

 

BETTY VIDIGAL


 

Betty Vidigal nasceu em São Paulo, estudou no tradicional colégio DEs Oiseaux, na USP e na Escola Panamericana de Arte. Publicou os livros de poesia Eu e a Vela; Tempo de Mensagem e Os Súbitos Cristais; e os livros de contos Posto de Observação e Triângulos.

 

 

ANTOLOGIA UBE. Organização de Joaquim Maria Botelho.  São Paulo, SP: Global Editora, 2015. 287 p.   ISBN 978-85-260-2128-0  Inclui Poesias, contos e crônicas.  Poetas: Anderson Braga Horta, Antonio Ventura, Aricy Curvelo, Beatriz Helena Amaral, Bety Vidigal, Carlos Vogt, Claudio Vogt, Dalila Teles Veras, Djalma Allegfro, Eros Grau, Eunice  Arruda, Francisco Moura de Campos, Gláucia Lemos, Hamilton Faria, Hélder Câmara, Luis Avelima, Moniz Bandeira, Mara Senna, Marco Aqueiva, Mariz Baur, Nei Lopes, Oleg Almeida, Péricles Prade, Renata Pallotini, Severino Antônio.

 

 

INCÊNDIO E CHARME

 

            Betty Vidigal

 

Para enfrentar o mundo,

que meu amor

de mim se arme:

incêndio e charme.

 

Para enfrentar-me,

há que ir mais fundo:

só charme e incêndio

não vão bastar-lhe

(que sou imune).

 

Amor se mune

de incenso e calma,

de calma e incenso

(amor acende-o).

 

Amor se arma:

ciência e karma.

Atiça o lume

do olhar intenso

e afia o gume

do seu sorriso

(alfanje, sabre).

 

É o que é preciso:

amor me abre.

 

 

VIDIGAL, Betty.  Eu e a vela.  São Paulo: Edição do Clube de Poesia, 1965.  74 p.  14x21  cm. Prefácio de Lygia Fagundes.   Capa de Guilherme Rodrigues Alves.  “ Betty Vidigal “  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

OFERTÓRIO

 

Pela rosa debruçada,

Ternuras silenciosas.

 

Pela palavra não dita,

Duas coroas de flores

No tempo desperdiçado.

Pela ideia consumida,

Tão insegura de tudo,

A brancura e a solidão.

 

Por tuas serenas mãos,

Muito mais que minha vida.

 

Novembro 63 — São Paulo

 

EU E A VELA

Na grande sala,
Eu e a vela.

Sombras inquietas
(A minha e as dela)
Perambulam (são fantasmas)
Pelo enorme salão.
Solidão.

O silêncio nos rodeia,
O tédio a tudo invade.
A um canto do salão,
Eu e a vela:
Intimidade.


A companhia mais doce
Veio conosco: a saudade.
A vela /e eu/ e ela;
Solidão, intimidade.

 

Junho 61    São Paulo


REVISTA DE POESIA E CRÍTICA    No.  13 – Brasília – São Paulo – Rio  -
Setembro  1987.  Diretor  José Jezer de Oliveira.    80 p.
                                                       Ex. doação do livreiro Brito - DF

 

 

SEDUÇÃO

 
Você me pega de frente,
 me convence, me alicia,

 me finge que é transparente,
 claro como um meio-dia,

 conta uma estória bonita,
 com um final que arrepia,

 me pisca um olho de longe
 — e quem lhe resistiria?

 Você brinca com meus dedos,
 me duela e desafia.

 diz que vai se apaixonar,
 diz que é pura fantasia.

 Me encanta com sua voz,
 me dá um show de energia.

 Você, que sempre ri tanto,
 
e até do que não devia,

 resolve falar a sério
 justo quando eu não queria.

 Mas aí eu me interesso:
 que é que você dizia?


*

Página ampliada e republicada em fevereiro de 2023

 

 

Página publicada em maio de 2015; ampliada e republicada em agosto de 2015. 


 

 

 
 
 
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