ARTUR GOULART
Artur Goulart Penteado, também usava os pseudônimos Artur Romero e Rui de Goa. Nasceu na cidade de São Paulo, a 2 de outubro de 1872 e faleceu na mesma cidade a 28 de janeiro de 1919. Foi contista, biógrafo, crítico, jornalista e poeta, além de professor. Escreveu sonetos, publicados no livro "Azul Celeste".
Ter que viver quando se perde a filha
Filha minha saudosa e idolatrada,
Quando me vens sorrir, noturnamente,
Sinto abrir-se em minh´alma descontente
Um pálio de ouro, como o da alvorada.
Sei que és morta, que foste desfolhada,
Celeste flor, na santa paz dolente,
E que ao céu teu espírito inocente
Se alou, como uma essência delicada!
Mas vem à noite, como um astro errante
Beijar-me o rosto lívido e tristonho,
Deixando a glória e os ouropéis do Empíreo!...
Vejo-te em sonho, clara, a todo o instante...
E minha sina errar, de sonho em sonho,
Em derredor do túmulo de um lírio!
Página publicada em maio de 2017