ARILDO DE TOLEDO VIANA

Nasceu em Campinas, SP. Tem artigos publicados no jornal O Diário, de Santos, nos jornais da Associação Paulista de Medicina e outros. Foi agraciado com vários prêmios literários, entre os quais Prêmio Elos Clube, da Academia Brasileira de Letras e Prêmio Grupo Poeco/Só Poesia.

Obras: Primeiro Canto da Mulher Amada (poesia, 1977); Desidério (poesia, 1988); Paixões (poesia, 1998), Rosa  (poesia e prosa).

VIANA, Arildo de Toledo. primeiro canto da mulher amada. poesia. São Paulo: Massao Ohno; João Farkas Editores, 1977. s.p. ilus. p&b. formato 20 x 27 cm. Apresentação de Marcelo de Almeida Toledo. Impressão na Gráfica Cordial. “ Arildo de Toledo Viana “  Ex. bibl. Antonio Miranda

“É ilusão pensar que o rigor da técnica embote os sentimentos de um homem e não se coadune com a poesia. O homem não é, isoladamente artista, poeta ou médico. Deve ser, de algum modo, tudo isso a um só tempo, porque a natureza é íntegra. E Arildo é  a prova disso.”
MARCELO DE ALMEIDA TOLEDO

ANGÚSTIA

Imagem de sonho
À note, no sono.

Sossego
Do morcego.

Noite escura
Visão de loucura.

Dia sem norte
Morte.

REMORSO

Angústia
Da jura
Augusta.
Saudade
Do sol
Da tarde.

VÁCUO

Do tédio indescritível que em minh´alma grassa
Sinto os horrores no amargor da noite fria.

Paira imiga em meu quarto a morbidez nefasta
De uma ausência cruel de amor e de poesia.

MOMENTO

Na noite abafada
Minh´alma divaga.
No seu caminho incerto
Segue a trilha do vento.
Errante, ao acaso,
Esbarra em mil estrelas
E rouba-lhe o brilho fugaz
Para adornar o meu poema.
Meu pensamento vai ao mar
E traz a espuma de suas ondas
Para fazer uma coroa original
Para meu bem.
Vou em busca das coisas todas
Que têm o encanto de serem efêmeras —
O perfume da rosa,
O canto dos pássaros,
A vida das libélulas.
Não é nossa existência um nada?

Página publicada em agosto de 2015