ANTÔNIO JOAQUIM DA ROSA,
BARÃO DE PIRATININGA
(1821-1886)
Antônio Joaquim da Rosa, o Barão de Piratininga (Vila de São Roque, 1821 — 27 de dezembro de 1886), foi um político brasileiro.
Apesar de sua vida voltada para a política e as causas da cidade, o Barão de Piratininga também foi um grande colaborador literário [3] .
Colaborava com artigos de alguns jornais onde também escrevia poesias. Escreveu o romance "A Cruz de Cedro", as novelas "A Feiticeira", "A Assassina", em 1854 e o poema "O Cântico de Anchieta" entre outras produções literárias.
Não teve grande produção literária, suas obras de costumes, teriam sido mais exploradas e conhecidas, se o Barão não estivesse em pleno fervilhar do movimento Romântico que lançou grandes e brilhantes autores como a primeira fase de Machado de Assis, Visconde de Taunay, José de Alencar, Joaquim Manoel Macedo, Bernardo Guimarães, Castro Alves, Almeida Garret, José Bonifácio de Andrade e Silva, Álvares de Azevedo e Nísia Floresta.
"Antônio Joaquim da Rosa publica A ASSASSINA (romance de costumes) (RM) em livro, antes publicada na Revista Literária a partir do Ano I, no. 8, de 14 de novembro de 1850. E depois de publicado em livro foi republicada no Diário Mercantil de São Paulo de 2 a 28 de outubro de 1886.(JRT, p, 55) E A CRUZ DE CEDRO no Jornal do Comércio, Rio de Janeiro e em livro. No ano de 1900 volta a ser publicado em folhetim pelo jornal Correio Paulistano, São Paulo. (JRT, p. 55)"
Em 1909 na fundação da Academia Paulista de Letras foi escolhido como Patrono da Cadeira número 19[4] ., ao lado de Teixeira e Souza, escritor de A Providência. Fonte: wikipedia
Extraído do ALMANACH LITTERARIO DE SÃO PAULO PARA O ANNO DE 1884 publicado por José Maria Lisboa. S. Paulo: Typographia da “Provincia de São Paulo”, 1883. p. 107-108
VISÃO MATERNA
Da lua os frouxos raios se espalhaam
Na lisa face da lagôa dormente;
E eu fitando o céu, fitando o lago,
Pensava em minha mãe da terra ausente!
Estrellas que sorris do céu sereno
Scintillas d´ouro na lagôa dormente,
Direi: Qual é a de vós a mãe saudosa,
A minha santa mãe da terra ausente?
Uma de vós — mais bella do que as outras,
Que mais rebrilha na lagôa dormente,
Que parece mais triste... Oh! será ella
A minha santa mãe da terra ausente?!
Oh! céus! que meiga voz que se deslisa
Como um soluço na lagôa dormente?
Será de um anjo a voz que à terra desce,
A voz de minha mãe da terra ausente?!
“Filho! não chores — que em futuro breve,
Tu dormirás como a lagôa dormente,
E vindo aos braços meus — em outra esfera—
Serás com tua mãe da terra ausente!”
Callou-se a debil voz — dolente e meiga
Como um suspiro na lagôa dormente,
E n´um raio de lua ao céu se alara
A minha santa mãe da terra ausente!
Da lua os frouxos raios se espelhavam
Na lisa face da lagôa dormente;
E eu fitando o céu — fitando o lago,
Chorava minha mãe da terra ausente!
S. Roque, 1882
Página publicada em novembro de 2015
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