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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto:  https://revistaglamour.globo.com/

 

 

ANDREA MOTTA

 

 

Nasceu na cidade de São Paulo, em 1957. Solteira, tem um filho. Reside em Curitiba - Paraná. E graduada e Pós-graduada em Direito.

Em 2003, decidiu dedicar-se exclusivamente à poesia, a partir de quando estreou em livros com as publicações digitais: "Fonte de meus Silêncios mais Pro¬fundos", "Natureza Intima" e "Aguas do Inconsciente". Participa de diversas anto¬logias entre elas: "Antologia Internacional Terra Latina" (Projeto Cultural Abrali, Ed.2005), "uniVERSOS", "Antologia Poética" (Escritores e Poetas - Ed.2005), "Pó&Teias" (Antologia de Poemas, Crónicas e Contos, Ed.2006) e "Poesia do Bra-sil", Volume 3 (Proyecto Cultural Sur/Brasil, 2006). Em sua trajetória literária, obteve várias premiações.

E associada a Academia Paranaense de Poesia, participa de diversos grupos de escritores e poetas entre os quais o Grupo Pó&Teias, além de ser membro efetivo do Centro de Letras do Paraná, do Portal CEN., do Projeto Cultural Abrali.É Colunista do site Opinião e Informação e Idealizadora do site e Blog Jardim de Poesia.

 

 

 

POESIA DO BRASIL.  Vol. 5.  Org. Ademir Antonio Bacca.  Bento Gonçalves: Proyecto    Cultural Sur - Brasil, 2007.  308 p.Ex. bibl. Antonio Miranda.

 

 

 

No pulsar poético do silêncio

 

Estrelas cadentes precipitam-se pela noite uma voz audaz explora com lucidez

 

os sentidos o silêncio o despertar

da lingua e da memória

 

Sem concessões

transgride

ritos

 

assinala a decisão entre a palavra e o imaginário.

 

 

 

 

Contraste

 

Conflitos rasgados consagram nos olhos a extrema fragilidade do grito preso ao relógio

 

 

 

Urgências

 

é urgente o agradecimento
à consciência alpinista
das palavras lidas
em câmera lenta

 

é urgente a celebração

da tarde em sua essência

gota de ousadia

na montagem acessória da lida

 

fazer-se fêmea
borboleta

de formas discretas
amores secretos

 

é urgente uma glosa
no império dos astros
disfarçar a sorte
pra mudar de rota

 

puro golpe

o seu olhar de monumento
D'onde vertem tempestades
e águias insones

 

é urgente uma resposta
mesmo que debochada
para a solidão sindicalizada.

 

 

 

Bordando essências

 

Dentro de cada um há um jardim
cravos, rosas e camélias,
há sim.

 

mão e contramão
silêncios e algazarras
há sim

 

um jardim dentro de cada um

araucárias, ipês eucaliptos

uma selva povoada por querubins

 

há sim

segredos de passarinhos
cazuza, metralhadoras
delitos contravenções

 

in(quieta)ções
tantas imperfeições
há sim

 

indiferença saudade
intuição atrevimento
pelo sim e pelo não

 

há um jardim em cada um

 

 

 

 

Minha Canção

 

Nos olhos um intenso desalento
nas mãos gestos vagos
na alma a melodia amena de um piano
Minha canção me conduz a versos
de rimas tristes e incertas

 

Invadida pelas notas musicais,

como barco a deriva ao sabor do vento brando,

assobio baixinho imitando o trinar de um pássaro

 

Sou mera espectadora
no burburinho da platéia
Vozes anónimas de calor fugaz
consagram o cálice desafinado

 

O piano com arfar cadenciado
soleva os acordes em sublime simetria
entre a música e a saudade

 

Epopéico num só movimento

o som se expande

no vale azul da percepção

purificando-a

 

Sensível ao vinho proibido
sem perder a musicalidade,
como viração acariciando o rosto
resiste a fluidez das palavras.

 

 

 

 

Página publicada em novembro de 2019

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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