ANDRADE MACHADO
Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva (Santos, 1 de novembro de 1773 — 5 de dezembro de 1845) foi um juiz de fora, desembargador e político brasileiro. Usava frequentemente na época da Independência, em seus artigos em jornais, o pseudônimo "Philagiosetero". Adotou o nome parlamentar de Andrada Machado.
Era filho de Bonifácio José Ribeiro de Andrada, comerciante em Santos, e de Maria Bárbara da Silva, irmão dos conhecidos José Bonifácio de Andrada e Silva e Martim Francisco Ribeiro de Andrada.
Diplomou-se pela Universidade de Coimbra em filosofia e direito. Foi juiz de fora em Santos e ouvidor em Olinda. Esteve no cárcere por quatro anos por causa de sua participação na Revolução Pernambucana de 1817.
Foi deputado na Assembleia Constituinte de Lisboa, em 1821, onde defendeu corajosamente a autonomia brasileira e recusou-se a assinar a constituição do Reino que rebaixava o Brasil à situação de colônia. Depois, com Nicolau dos Campos Vergueiro e seu irmão José Bonifácio, foram representantes de São Paulo à Assembleia Constituinte brasileira, em 1823. Foi o autor do primeiro projeto de Constituição para o Brasil, que não chegou a ser votado por ter sido dissolvida a Constituinte pelo Imperador D. Pedro I.
Orador eloquente e combativo, a sua decidida postura nacionalista na Constituinte levou ao rompimento político com Pedro I em 1823, o que teve como preço a sua prisão e o exílio juntamente com os seus irmãos José Bonifácio e Martim Francisco após a dissolução da Assembleia. Asilou-se na França. Retornou ao Brasil em 1828, e em 1832 foi nomeado ministro plenipotenciário do Brasil em Londres, porém recusou o cargo. Retornou à Europa em 1833, segundo alguns para tentar trazer D.Pedro I de volta ao Brasil.
Após voltar ao Brasil, em 1838, foi eleito deputado geral por São Paulo, para a legislatura de 1838-1842. Nesta época liderou o "movimento da maioridade" de D. Pedro II; em 21 de julho de 1840 apresentou na Câmara projeto declarando o Imperador "maior desde já", o que desencadeia a crise política e o "golpe da maioridade", do que resulta a entronização do Imperador em 23 de julho, fato que põe fim ao período regencial.
Foi o Ministro do Império (primeiro-ministro) no chamado ministério da maioridade (1840), reeleito deputado geral em outras legislaturas e senador do Império do Brasil em 1845 pela província de Pernambuco. Foi agraciado com a grã-cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro.
Foi sepultado no Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro. Fonte: wikipedia
MOSAICO BRASILEIRO ou Coleção de ditos, respostas, pensamentos, epigramas, poesias, anedoctas, curiosidades e factos históricos de brasileiros ilustres pelo Dor. Moreira de Azevedo. Rio de Janeiro: B. L. Garnier, Editor; Paris: E. Belhate, livreiro, s.d. Impresso em Paris pela TYp. De Simon Raçon e Comp. Col. BCE/UnB/Obras Raras.
Texto e soneto extraídos da obra acima.
“Em 1817 em Pernambuco levantou-se o grito em prol da republica, e, apezar de haver recusado o cargo de conselheiro do governo provisorio pela revolução, foi Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva preso, e julgado ter de subir ao cadafalso não sucumbio, antes resignado e prompto a morrer pela patria, escreveu em horas de agonia este soneto de altiva inspiração”:
Sagrada emanação da divindade,
Aqui do cadafalso eu te saudo;
Nem com tormentos nem revezes mudo,
Fui teu votario e sou, ó liberdade.
Póde a vida feroz brutalidade
Arrancar-me em tormento o mais agudo;
Porém zomba do despota sanhudo
De min´alma a nativa dignidade.
Livre nasci, vivi e livre espero
Encerrar-me na fria sepultura,
Onde imperio não tem mando severo.
Nem da morte a medonha catadura
Incutir póde horror n´um peito fero,
Que aos fracos somente a morte é dura.
Página publicada em maio de 2013.
|