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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ALEX FLEMMING

 

 

Alex Flemming (São Paulo, 1954) é um pintor, escultor, gravador, artista multimídia e poeta brasileiro.

 

Freqüentou o curso livre de Cinema na Fundação Armando Álvares Penteado, entre 1972 e 1974. Cursou serigrafia com Regina Silveira (1939) e Julio Plaza (1938-2003), e gravura em metal com Romildo Paiva (1938), nos anos de 1979 e 1980. Na década de 1970 realizou filmes de curta-metragem, participando de festivais.

 

Em 1981 viajou para Nova Iorque, onde desenvolveu projeto no Pratt Institute Manhattan, com bolsa de estudos da Fulbright Foundation, com permanência até 1983. Foi professor da Kunstakademie de Oslo, na Noruega, entre 1993 e 1994.

 

No começo dos anos 1990, realizou algumas séries de pinturas com caráter autobiográfico, que tinham como suporte suas próprias roupas. Posteriormente, passou a recolher e pintar cadeiras, poltronas e sofás usados, nos quais posteriormente aplicava letras, que formavam textos retirados de notícias de jornais, deslocando assim a relação preestabelecida com esses objetos. Já em Body Builders (2001/2002), fotografou corpos jovens e esbeltos para em seguida desenhar, sobre essas imagens, mapas de áreas de conflitos e de guerras, como, por exemplo, aquelas do Oriente Médio ou da região de Chiapas, no México.

 

Fonte da biografia: Wikipédia

 

ALEX FLEMMING

De

POEMAS NUMÉRICOS
 São Paulo: Massao Ohno, s.d.

 

 

Telefonei para ty
                   no Estado do Rio de Janeiro
Saiste
         partiste
                   por onde ondeavas?

 

Distante
para além das minhas ilusões de óptica

 

 

*

 

Seria,

A Revolução Industrial no Brasil,

"Atóxica"?

"Apirogênica"?

"Destruir após o uso"?

Que abuso

do desuso

do desperdício

Que mal vício!

 

Gotas em Novalgina

Xilocaína, ferramentas elétricas e pneumáticas

Banco Real

Cartão Resposta Comercial

direto para a Abril Cultural

... e Industrial

A Bíblia em fascículos

para todos os discípulos

do Arcanjo, os testículos

São Gonçalves Gabriel?

Não, fim do menestrel

Vá embora e coma sarapatel

Pois aqui, noiva alguma tem mais véu,

 

Tantum-ciclina?

Somente para a Ernestina.

 

*

 

Lélia estrelada
Romeira do meu perímetro urbano
Orquídea, orquídea!...
Tu és uma orquídea
A mais graciosa das parasitas.

 

2 POEMAS

         Para Lúcia

Assustado
hoje
pequei eu um táxi há muito tempo atrás, e
         notei que, de mim, pouco restava
Pouco pouco, muito pouco
                   como diz o poeta
Fosfatose
KH3
nas memórias esparsas de uma velha
                                               esclerosada

Lúcia
ou
a necessidade de um
                   do outro
inflamável
não-descartável

Somos como duas irmãs siamesas
homógrafas heterofônicas
                   esterofônicas

 

                                                          Petrópolis, 1979



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