Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ALCKMAR LUIS DOS SANTOS

 

É natural de Silveiras, SP. Possui graduação em engenharia eletrônica, pela Universidade Estadual de Campinas (1983), mestrado em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (1989) e doutorado em Estudos Literários pela Université Paris VII (1993). Atualmente é professor de Literatura Brasileira da Universidade Federal de Santa Catarina e coordenador do Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Lingüística (NUPILL, núcleo de pesquisa de excelência do CNPq, desde 2008). Foi pesquisador convidado na Université Paris 3 - Sorbonne Nouvelle (2000-2001) e na Universidad Complutense de Madrid (2009-2010). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira e Teoria Literária, atuando principalmente com teoria do texto, literatura e filosofia, hipertexto e texto digital, poesia. É também poeta, romancista e ensaísta. Autor dos livros "Leitura de nós" e "Dos desconcertos da vida filosoficamente considerada" (ensaio e poemas respectivamente; Prêmio Transmídia - Instituto Itaú Cultural), "Rios Imprestáveis" (poemas; Prêmio Redescoberta da Literatura Brasileira da Revista Cult); "Ao que minha vida veio..." (romance; Prêmio de romance Salim Miguel), além de outros. Foi homenageado como pequisador-destaque da UFSC em 2011.  Fonte: Curriculo Lattes

 

SANTOS, Alckmar Luiz dos.   Rios imprestáveis.  São Paulo: Lemos Editorial, 2001.   71 p.   16x23cm.  (Redescoberta da Literatura Brasileira)  Vencedor da Categoria Poesia da Revista CULT. Col. A.M. 

 

O palíndromo

 

Só por seres, já mar fostes:

Ida e vinda, ainda em cores

Fugidias em que havia

Vir a ser, nunca queria

Dar-se o cabo, sem retorno;

E transtorno, mau assomo,

Vir a ser, definitivo:

Como faz o lenitivo,

Ao curar sem que a saudade

Da doença faça alarde.

 

E por tanto, vir a ser,

Nunca foi — o que é mister —

O retorno a todo instante

Dessa sede que, bastante,

Saiba ser, e não ser mais

No minuto em que estais,

Para dar-se ao mundo em bando,

Perfazendo no onde e quando,

No plural de outros iguais

O avançar que traz o atrás,

O voltar que deixa a ida,

Que é viagem sem partida,

 

Onde o ser, fraco e mofino,

Flecha ao léu e sem destino

Junta ao arco, ao seu redondo,

A redoma, em contraponto,

Do que é alvo, e faça a volta:

Outros seres, outras rotas,

Num plural já recursivo

Que pespega ao ser que é mínimo

— Uno, um só, fechado em si —

A legião de seres que

Sabem ir e vir porque

Seres vem de muito ser

Num resgate de um só ente,

Que só sabe florescer

Palindromecariamente.

 

 

 

SANTOS, Alckmar.  Circenses.  Ilustrações de Rodrigo de Haro.  Rio de Janeiro: 7Letras, 2008.  60 p.  13X20 cm.    ISBN 978-85-7577-445-8   Prefácio de Paulo Henriques Britto.  “Orelha” do livro por Claudio Willer.  “ Alckmar Luis dos Santos “ Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Em tudo se intromete o tempo, e o viço
Que em nós já coloria a face, agora
Já dana o corpo e entrega, sem demora,
A carne ao pó, e a alma a todo abismo.

É quase certa a dor, e o sempre olvido
imprime essas suas marcas e atordoa,
Pois que nascemos todos em má hora
— É a vida que vivemos só ruído! —

Se a morte é ela, então, esse espetáculo
Que temos de montar sem mais vontade,
Enquanto o mais das gentes, todos pábulos,

Dão vivas e mais vivas com alarde,
Que seja então um circo em que, bem alto,
Se dê a ouvir a voz de quem evade!

 

Na plateia toda, só vácuo
De vozes e vivas, que o olhar
Se perdeu em meio aos fátuos
Engenhos que habitam o ar
(Esse um que ainda é sustentáculo).

No que dança, a moto, é capaz
De dar mote à alma, e aos mortos
Até tez e cor. Onde jaz
Seu rastro, é aqui o contraponto:
Quem respira e quem artefaz.

E é sempre seu hausto esse torto
Trovejo engraxado, e sua cisma
De se pôr em acima e, de novo,
Abaixo, propondo uma rima
Entre algum metal e, o mais, corpo.

 

 

Página publicada em maio de 2013; página ampliada e republicada em abril de 2015.


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar