ADELE WEBER
ADELE WEBER nasceu em Santos, SP, em 1929. Atuou durante vários anos como arquiteta. Participou da antologia "Caixa de Prismas" (1992). Em 1993, publicou pela UERJ seu primeiro livro individual, "Aço e Osso". Em 1994 recebeu o Prêmio Stanislaw e, em 1995 a menção honrosa especial na mesma Premiação. Um ano depois publicou o segundo livro, "Cordas de amarrar o tempo". Em 1998 e em 2006 teve poemas publicados nos números 9 e 24 da revista "Poesia sempre" (FBN). Lançou em 2003, "Tipos de rua e alguns recados" participando do grupo de poesia Letra Itinerante. Lançou em 2005, "Fragmentos de Eliot", seu quarto livro e em 2010, "Inversão íntima".
Fonte da biografia: http://www.mallarmargens.com
POESIA SEMPRE - Ano 6 – Número 9 - Rio de Janeiro - Março 1998. Fundação BIBLIOTECA NACIONAL – Departamento Nacional do Livro - Ministério da Cultura. Volume 9 sob a direção de Antonio Carlos Secchin. Ex. bibl. Antonio Miranda
O bronze grego
Não importa se o percurso foi vencido.
No momento supremo do esforço
jóquei-menino e cavalo,
um corpo de dois corpos
quase horizontal, quase voo,
saltam sobre o tempo
ajoelhado ante dois mil anos de beleza.
Sedução
Serpente sinuosa
na dança envolvente
do outro
na prece secreta
um sorriso ambíguo
de luz
fascínio do abismo
o delírio em ritmo
de queda
Clipes de morrer
Bem de perto
neblina o olho
que olha e é olhado
— ao espelho,
nos limites de alguém ficando cego
frente e atrás da bruma
pés duplicados lamberam o chão
em caminhos de terra —
já caminhados todos os sonhos
eu sendo eu
e sendo ela
parasita
minha esperada,
a engalanada de surpresas, carne-viva
tão cara.
Tão alto preço me custas —
Mereces?
nem outra luz
nem outro tempo,
a simples coisa de cada um
rola com a indiferença da bola.
de morrer
me determino
espect / ator
mais que perfeito
in subs ti tuível
apago presenças
eternizo ausências.
gato lambendo o pelo
rit mada mente
Página publicada em fevereiro de 2018
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