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POESIA FESCENINA / ERÓTICA
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SYLVIO BACK 

“Back afirma que se trata de poesia fescenina. / “Uma viagem aos dicionários nos revela que erótico, do grego erotikós, é tudo aquilo que, inspirado pelo amor, tem também caráter sensual e lascivo. Um sentimento próprio, portanto, da natureza humana, e até — quando não praticado em pecado — abençoado por Deus”,. LUIZ FERNANDO EMEDIATO, Editor 

Recebi, com alegria, entre outros livros da criação de nosso poeta e cineasta Sylvio Back, seu livro “A VINHA DO DESEJO”, com as ilustrações de Cruz, editado pela Geração Editorial de meu amigo Emediato (que não vejo, há tempos!). Vamos reproduzir alguns dos “exemplares” poemas de Back, para o deleite ou espanto de nossos leitores.  ANTONO MIRANDA 


artes

 

tenho ciúme

desses dedos

 

         tan ledos

 

sinto calafrios

dessas unha

 

         tan cunhas

 

tenho sede

dessa greta

 

         tan peta

 

que doutros

lábios soluças

gritos

 

         tan traídos

 

que doutras

línguas inoculas

saliva

         tan doída

 

que doutras

bucetas colecionas

vagidos

        

         tan esvaídos

 

tuas atas Onã

quero ser imã

 

 

coisa-feita

 

minha paixão

é coisa feita

(de botes)

 

minha paixão

é coisa-feita

(de mineteiro)

 

minha paixão

é coisa-feita

(de punheteiro)

 

minha paixão

é coisa-feita

(de bodes)

 

minha paixão

é coisa feita

(de putanheiro)

 

minha paixão

é coisa feita

(de motes)

 

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falaz          felácio

feros          falos

falhos         faros

feras           falas

feroz           falácia

eros  erosa  erros

 

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pomba-gira

 

membranas de fogo

em fodas insones

 

herdeiros inermes

de gozos romeiros

 

corpos e prazeres

reduzidos a haveres

 

traveste-se o que se foi

do que fora e basta-se

 

dor rouca perverte pouco

amor se indo linda o vindouro

 

lágrimas solas escorregando

por dentro das aortas tolas

 

olhar pra frente asneira mor

detrás a seiva é que consente

 

M., G., O., sempiternas trigêmeas

Vocalistas deste leão onanista

 

 

países baixos

 

 

rasguei

ó sutiã

 

                           (empáfia vã)

 

                                               rasguei

                                               a calcinha

 

                                                              (glória de mentirinha)

 

                                               rasguei

                                               a meia nylon

 

    (negaça em vão)

 

rasguei

os lábios

 

(odores sábios)

 

                       rasguei

    a vagina

 

                        (vesga malsina)

 

enjaulei

      -me

 

 

 

 

 

 




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