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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




PEDRO DU BOIS 

Nasceu em Passo Fundo, RS, 1947. Residente em Itapema/SC. Poeta e contista. Membro da Academia Itapemense de Letras e do Clube dos Escritores Piracicaba. Vencedor - na categoria poesia - do IV Prêmio Literário Livraria Asabeça, 2005, com o livro "Os Objetos e as Coisas" a ser lançado pela Scortecci Editora. 

 

Edita seus livros (artesanais) em casa (no word) e utiliza impressoras HP, completados numa gráfica da cidade para a grampagem e acabamento. A esposa faz as capas. Trabalhando assim, já editou, a partir de janeiro/05, cerca de 50 títulos.

 

Endereço do autor: pedro_dubois@terra.com.br

 

 

 

PALAVRAS

 

Ásperas

ditas como ordens

assustadas

macias

ditas como esperas

controladas

raivosas

ditas como verdades

escancaradas

melífluas

ditas como mentiras

dissimuladas

rezadas

ditas como saudades

santificadas

cantadas

ditas como músicas

silenciadas

caladas

ditas como lembranças

extremadas. 


 

 

AMARES

 

Se me tens no contraído corpo

tenso

pretensa hora da chegada

a escravidão

a escuridão

no desencontro tido

pérfido espírito

o que espiona

espia

soslaio arranhado

nos teus olhos

 

imensamente perdidos em torrentes

tu és noite e mar em fúria

telúrico sentimento sobreposto

ao mistério do que tens: a mim

em subterfúgio e esdrúxulo corpo

despido em festa, tu és a floresta.  


 

 

DISCURSO

 

Estéril discurso

onde a promessa

 

esvoaça

 

plumas idealizadas

das asas do anjo

 

sem sexo.  


 

 

(Sobre Santiago do Chile)

 

A história

exposta

na visão

oficial

 

indígenas descalços

barões republicanos

generais sentenciados

 

a história

repetida

nos carabineiros

avançando

contra os estudantes

 

indígenas descalços

de hoje. 


 

(SEM TÍTULO) 

Não pensem

marujos de poucas horas

ser fácil

manejar o barco

na tempestade

 

à deriva, o mar

imprevisível

não avisa

o lado da virada

 

sem sentimentos

as águas

revolvem o casco

 

em descompassados

passos

 

até seja afundada

a casca que nos

guarda.

 


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