HERONIDES MAURILIO DE MELO MOURA
Possui graduação em Licenciatura em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (1985), mestrado em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (1988) , doutorado em Lingüística pela Universidade Estadual de Campinas (1996) e pós-doutorado pela Sorbonne Nouvelle (2000).
É professor Titular da Universidade Federal de Santa Catarina, onde atua desde 1990. Desenvolve pesquisas nos seguintes temas: semântica lexical, linguística cognitiva, metáfora, e relação entre forma e sentido. Já orientou catorze teses de doutorado, vinte e três dissertações de mestrado e dois estágios pós-doutorais. Seu livro mais recente é "A Linguagem não é transparente: um estudo sobre a relação entre forma e sentido" (Ed. da UFSC, 2018). Foi Presidente da ANPOLL (2012-2014) e coordenador da Pós-graduação em Linguística da UFSC (2010-2014). Coordena o NES (Núcleo de Estudos Semânticos). Foi pesquisador visitante na James Cook University (Austrália), em 2020.
Informações coletadas do Lattes em 24/06/2020, pelo ESCAVADOR.
Autor de livros, com destaque para Vamos pensar em metáforas? e Significação uma Introdução a Questões de Semântica e Pragmática.
POETAS BRASILEIROS DE HOJE, 83. Coordenação Editorial: Chantal Lesbaupin. Editor: Christina Oiticica. Rio de Janeiro: Shogum Ed. e Arte, 1983. 157 p. 18x21 cm Ex. bibl. Antonio Miranda
A MORTE DO LÍRICO
Não possuo mais ideias, nem minhas.
Silêncios calaram, mas sou voz.
Perdi-me, mas venço enquanto vós.
Pensar é sangrar sangue de inexistentes vinhas.
Perdi o querer existir sendo metáfora.
Ganhaste-me a voz que nunca tínheis perdido.
Tropo existe se há outro lado, mas não tendes fora.
Quisera eu continuar no sem-sentido!
Não possuo mais viver pois convivo.
Tenho a sina das ondas, sina de não ser mar.
Minha única vida é cadáver: meu corpo no ar.
Roubaste-me a vida dando-ma: sobrevivo.
Vós, as coisas, tendes a permanência.
O lírico possui o sonho e o desfazê-los.
O lírico nunca existiu, vazio como carta sem selos.
Que as coisas nasçam, à força de convivência!
Página publicada em setembro de 2020
|