FERNANDO MENDES ROSENDO
Catarinense, 34 anos, reside atualmente em Laguna, Santa Catarina. Engenheiro Civil com pós-graduação em Engº de Segurança no Trabalho. Poeta desde os 16 anos, sendo que só mais recentemente tem publicado seus trabalhos, através de participações em antologias. Neste ano de 2006 participou das antologias da editora Scortecci: “Palavras que Falam” e das antologias da Câmara Brasileira de Jovens Escritores: “Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea” e “Panorama Literário Brasileiro 2006”.
Poeminha Triste
Nem chuvas nos campos
nem encantos na vida
nem sonhos em lugar algum...
Dobro as esquinas dessa avenida
e devagar caminho pelos passeios desertos
onde encontro os solitários e viajantes da noite...
Debruço sobre os entulhos de uma construção
minhas palavras que já foram poemas
e enfeitaram os jardins de algum sonhador...
Nada de novo
nada de falso nem de verdadeiro
as coisas simplesmente passam porque tem que passar...
Pobre é essa noite que já nasceu sem graças
e não inspirou nem uma poesia
e vai morrer sem saudades...
Poemas Falantes
Estão olhando pra quem?
Assim tão quietos e centrados
assim tão ensimesmados
como se fossemos filhos de alguém...
Estão rindo de quem?
assim tão irônicos e impávidos
assim tão desconfiados
como se fossemos feitos de gen...
Estão olhando pra quem vocês aí de cima.
Nunca ouviram poemas falar;
pois corram, fechem os seus olhos
tapem os seus ouvidos
que haveremos de roubar vossas almas...
Poema-Problema
Ainda que ingrato fluxograma sem rumo
faço poemas, ergo bandeiras
são letras
composições estéreis
peles rústicas que ganham formas permanentes
e incorporam a razão dos nutrientes
sobre os papéis amargos
e degustados com o hálito carnívoro de um mortal...
São doces que amargam salitres
carnes da própria carnificina
que lanço e conduzo
aos restos
sobras e desperdícios...
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